O Ministério da Saúde comanda, hoje, em todo o país, a campanha Dia D de combate à dengue, que propõe que a população destine 10 minutos dos sábados para controlar o avanço dos focos do mosquito Aedes aegypti. Serão realizadas, entre outras ações, orientações em unidades de saúde, vacinação de crianças, visitas de agentes de saúde às casas, limpeza em zonas verdes e terrenos abandonados.
A ministra da Saúde, Nísia Trindade, utilizou as redes sociais para enfatizar importância da participação da população. "Com 10 minutos por semana, prevenindo os focos do mosquito e cuidando dos casos, o contágio e a letalidade baixam. Cada um de nós tem que fazer sua parte. Se a epidemia ainda não alcançou nível nacional, não vamos deixar que ela alcance", publicou. Na reunião do Conselho Nacional de Secretários de Saúde (Conass), na quarta-feira, ela reforçou que era necessário a adesão total dos estados.
Nísia participará diretamente da campanha no município de Serra (ES). Ao lado da ministra estará a secretária de Vigilância em Saúde e Ambiente do Ministério da Saúde, Ethel Maciel, que serão ciceroneadas pelo governador Renato Casagrande.
No DF, a principal ação deve ocorrer no Sol Nascente, com vistorias de casas nas quais os profissionais de saúde, do Corpo de Bombeiros e da Defesa Civil estarão à frente. Carros "fumacê" também percorrem a região, enquanto a vacinação em crianças está sendo realizada em vários pontos da capital.
Os dados do Painel das Arboviroses de ontem mostram que o Brasil tem 1.038.475 casos prováveis de dengue, além de 258 óbitos confirmados e 651 suspeitos. O Distrito Federal segue à frente na taxa de incidência (3.647 registros), que é a relação entre o número de casos a cada 100 mil habitantes. Na sequência estão Minas Gerais (1.765), Espírito Santo (1.047), Paraná (885) e Goiás (873).
Porém, chamou a atenção do ministério o avanço do número de casos de dengue entre gestantes. Levantamento da pasta divulgado ontem mostra que aumentou 345,2% nas seis primeiras semanas deste ano, na comparação com o mesmo período de 2023.
"Esse aumento representa um quadro preocupante de saúde pública, considerando o risco elevado de complicações graves, tanto para elas quanto para os bebês. Formas graves da doença, como choque, hemorragias e óbito representam riscos para as gestantes, enquanto as complicações perinatais incluem prematuridade, restrição de crescimento intrauterino e morte fetal", salientou o ministério.
A preocupação da pasta se dá em função de que o Aedes aegypti é, também, o vetor dos vírus da chikungunya e da zika. Entre abril de 2015 e novembro de 2016, houve uma epidemia da doença, cuja pior situação foi verificada na Região Nordeste. O principal efeito nas gestantes que contraem o vírus é a possibilidade de a criança nascem com microcefalia.
Os primeiros surtos no Brasil foram verificados em 2012 e a doença terminou se espalhando para outros países da América do Sul, da América Central e do Caribe.
*Colaborou Marina Dantas, estagiária sob a supervisão de Fabio GrecchiSaiba Mais