A família do guarda municipal Marcelo Arruda, que foi assassinado em julho de 2022 quando comemorava seu aniversário de 50 anos, se mobiliza para o julgamento do policial penal Jorge Guaranho, que é réu por ter matado o ex-tesoureiro do PT de Foz do Iguaçu, no Paraná. Imagens revelaram o crime, quando Arruda estava em sua festa, que teve o PT e o presidente Luiz Inácio Lula da Silva, então candidato, como motivos da comemoração.
O julgamento de Guaranho será na próxima quinta-feira (4/4). O acusado é réu por homicídio doloso duplamente qualificado e por motivo fútil, segundo a denúncia oferecida à Justiça pelo Ministério Público do Paraná. O policial invadiu o local da festa aos gritos de "aqui é Bolsonaro", segundo uma testemunha, e pediu votos para o ex-presidente na campanha de 2018.
Os familiares da vítima organizam um ato para ocorrer em frente ao Fórum Estadual de Foz do Iguaçu "pela paz e justiça por Marcelo Arruda", que terá início às 8h, na quinta. "É um chamamento à toda sociedade civil contra a violência política", diz o material de divulgação do ato.
O filho mais velho de Marcelo, Leonardo Arruda, gravou um vídeo fazendo um apelo aos moradores da cidade para que compareçam com uma bandeira branca e roupa da mesma cor.
"Se você não apoia esse tipo de violência, junte-se a nós nesse júri. Vamos juntos na luta pela justiça para Marcelo Arruda", é o pedido do filho.
Luiz Donizete Arruda, irmão de Marcelo, também faz uma convocação.
"Para nós, familiares do Marcelo, está se aproximando o grande dia. O dia do júri daquela pessoa que, infelizmente desprovido de toda racionalidade humana, invadiu um espaço onde meu irmão comemorava seu aniversário. Uma simples decoração de festa, todos têm seu direito de expressar seu sentimento, seja religioso ou político, livremente nesse país. E essa pessoa, não aceitando o que o Marcelo pregava, invadiu o espaço e infelizmente assassino umeu irmão. Esperamos que a justiça cumpra seu papel e faça a verdadeira justiça em relação a esse ser humano com atitude irracional", afirmou Donizete.
Guaranho está preso no Complexo Médico Penal (CMP) de Pinhais, região metropolitana de Curitiba (PR). O advogado que fazia sua defesa deixou o caso por recentemente e em nota, o escritório Dalledone e Advogados Associados informou que a razão foi "inadimplência contratual". A Justiça deu prazo de cinco dias para o réu constituir novo advogado, ou será representado por um defensor dativo, nomeado pelo Poder Judiciário.
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