O jornalista Gladstone Vieira Belo morreu na noite desta quarta-feira (27/3), aos 77 anos de idade. Ele ingressou no Diario de Pernambuco na década de 1960 e chegou até ao cargo de vice-presidente do jornal, onde atuou até o ano de 2014.
Gladstone sofreu uma queda em casa e estava internado no Hospital Real Português há 12 dias, mas não resistiu e morreu, deixando a esposa Ana Lúcia Tavares. Gladstone era natural de Garanhuns, no Agreste, e estudou no Colégio Diocesano do município.
"Foi um dos grandes nomes do jornalismo pernambucano, com inteligência privilegiada e texto impecável. Dono de uma gentileza e hombridade invejáveis. Perde Pernambuco, o jornalismo brasileiro e eu um amigo querido", lamentou Guilherme Machado, presidente do Correio Braziliense e ex-diretor executivo do Diario de Pernambuco. Gladstone era Condômino dos Diários Associados.
O atual presidente do grupo Diários Associados, do Jornal Estado de Minas e da Rádio Tupi, jornalista Josemar Gimenez, lamentou a morte de Gladstone. “O Condomínio perde um intelectual e um homem devotado às causas mais nobres. Sempre atento aos interesses do pais”, disse.
“Gladstone era o grande intelectual do Diario enquanto esteve na redação. Dele, recebia livros, cópias de artigos e tantos outros documentos que fizeram eu produzir minha dissertação de mestrado e minha tese de Doutorado, essa última dedicada a ele. É um jornalista que ficou marcado pela erudição e gentileza”, pontou o jornalista e historiador Tércio Amaral.
O ministro do ministro do Superior Tribunal de Justiça (STJ) e ex-repórter do Diario de Pernambuco Og Marques Fernandes lembrou com carinho de Gladstone. "Estou profundamente triste com o falecimento de Gladstone. Foi durante um bom tempo meu editor geral, nos anos 1970. Ele e o Diario de Pernambuco se confundiam numa única imagem, tal era o grau de comprometimento do grande jornalista com o jornal. Culto, poeta, de temperamento ameno com todos da redação, fez uma carreira brilhante nos Diários Associados. Redigia as matérias apenas com os dois indicadores nas antigas máquinas de datilografia com um texto elegante. Puxa vida! Como eu gostaria de ouvir hoje o papo entre ele, Antônio Camelo, Joezil Barros e Selênio Homem de Siqueira no céu dos grandes jornalistas", disse.
Gladstone também fez parte da Geração 65, um dos mais importantes movimentos literários do país. O grupo formou-se em Jaboatão dos Guararapes, no Grande Recife, por volta de 1964. A principio, o grupo recebeu o nome de "Grupo de Jaboatão", passando a ser conhecido como Geração 65 por sugestão do historiador Tadeu Rocha, que introduziu essa denominação em um breve artigo no Diario de Pernambuco.
O grupo era formado, entre outros, por Alberto da Cunha Melo, Jaci Bezerra, José Luiz de Almeida Melo, Domingos Alexandre, Esman Dias, Marcus Accioly, Tereza Tenório, Lucila Nogueira, Janice Japiassu, Ângelo Monteiro, José Rodrigues de Paiva, José Carlos Targino, José Mário Rodrigues, Sérgio Moacir de Albuquerque, Paulo Gustavo, Raimundo Carrero, Maximiano Campos, Cyl Gallindo, César Leal, Arnaldo Tobias, Cláudio Aguiar, Fernando Monteiro, Gladstone Vieira Belo, Lourdes Sarmento, Marco Polo Guimarães, Marcos Cordeiro, Paulo Bruscky, Roberto Aguiar, Sebastião Vila Nova, Sérgio Bernardo, Almir Castro Barros, Laércio Vasconcelos, Tarcísio Meira César e Severino Figueira.
“Tenho e sempre terei as melhores lembranças do Gladstone, uma pessoa com inteligência e cultura admiráveis. Uma pessoa sincera e honesta. Vai fazer falta sua presença física em nossos encontros", afirmou Leonardo Moisés, vice-presidente do Correio e diretor-geral do Estado de Minas.
"Meu amigo desde 1975, intelectual, brilhante redator, sempre com a verdade e o direito, que jamais desviou um milímetro do que considerava ser o certo. Muito convicto de suas decisões, sempre acertadas. Já estou com saudades. Vá em Paz, querido amigo!", lamentou Mauricio Dinepi, membro do Condomínio dos Diários Associados.
O velório será no Cemitério Morada da Paz, em Paulista.
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