Os casamentos entre pessoas do mesmo sexo bateram recorde em 2022, com o registro do maior número desde 2013 — quando o Conselho Nacional de Justiça (CNJ) aprovou uma resolução impedindo que os cartórios de todo o país se recusassem a converter uniões estáveis entre casais homossexuais em casamentos ou a celebrá-los. Segundo dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), divulgados nesta quarta-feira (27/3), foi observado aumento de 19,8% entre 2021, quando houve 9.202 registros, e 2022, com 11.022 casamentos.
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Em todas as regiões, o número de casamentos civis entre pessoas do mesmo sexo registrados em 2022 foi superior ao obtido no ano anterior. Norte, Sudeste e Sul foram as que apresentaram as maiores variações no número de casamentos dessa natureza, com 32,8%, 23,9% e 19,5%, respectivamente.
Dados gerais
Ao todo, 970.041 registros de casamentos civis foram realizados em Cartórios de Registro Civil em 2022, o que representa um aumento de 4% em relação ao ano anterior. O aumento de casamentos entre 2020 e 2021 sugere que as cerimônias matrimoniais voltaram a acontecer em razão das campanhas de vacinação e da flexibilização das medidas para contenção da covid-19. No entanto, o IBGE destaca que em 2021, o número de registros de casamentos não superou a média dos cinco anos anteriores à pandemia (2015 a 2019).
"Observando mês a mês os anos de 2019, 2020, 2021 e 2022, nota-se o impacto da pandemia do novo coronavírus nos registros de casamentos a partir de março de 2020. Em 2021, há um aumento acentuado de registros a partir do mês de setembro. Em 2022, apenas nos meses de abril, julho e setembro, o número de registros de casamentos civis superou o número observado no mesmo mês do ano de 2019 (anterior à pandemia). Nos quatro anos em questão, o mês de dezembro permaneceu como o de maior número de registros e de ocorrência dos casamentos civis", pontua o IBGE.
Divórcios
Em 2022, a pesquisa Estatísticas do Registro Civil do IBGE apurou 420.039 divórcios concedidos em 1ª instância ou realizados por escrituras extrajudiciais, o que representa um aumento de 8,6% em relação ao total contabilizado em 2021 (386.813). As regiões Centro-Oeste e Nordeste apresentaram a maior variação, com aumento dos divórcios entre 2021 e 2022, de 26,5% e 14,0%, respectivamente.
Em média, os homens se divorciaram em idades mais avançadas que as mulheres. Em 2022, na data do divórcio, os homens tinham, em média, 44 anos, enquanto as mulheres, 41 anos de idade.
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