A dengue está desacelerando em Minas Gerais e no Distrito Federal, depois de uma alta de casos nos primeiros dois meses do ano. Segundo o Ministério da Saúde, as duas unidades da Federação lideram, atualmente, o ranking de incidência da doença (nº de casos/100 mil habitantes) — o DF marca 4.918 e Minas, 2.587. A expectativa da pasta é de que essa queda ocorra tão rápido quanto o aumento dos registros.
"Estamos em tempos diferentes. Algumas unidades da Federação estão com decréscimo, como o DF e Minas. As colunas começam a diminuir e não estão crescendo naquela velocidade. Temos duas semanas seguidas de queda. Ainda há dados para coletar, mas não serão superiores", explicou a secretária de Vigilância em Saúde e Ambiente, Ethel Maciel.
Segundo Ethel, "ao que parece, Minas Gerais sinaliza que subiu muito rápido e vai cair muito rápido. Uma epidemia segue um padrão, e o padrão se repete nos outros estados", acrescentou.
Os dados do Painel de Arboviroses do Ministério da Saúde mostram que, há três semanas, Minas vem apresentando forte queda no número de casos. Saiu de 83 mil registros para 58 mil e, nesta semana, está por enquanto em 18,7 mil.
O ministério, no entanto, afirma que ainda é preciso ter cautela, pois a curva total de casos no Brasil deve seguir aumentando — já que estados como São Paulo, Santa Catarina e Paraná começaram a apresentar subida nos registros recentemente. Segundo a atualização de ontem do Painel de Arboviroses, somente neste início de 2024 o Brasil ultrapassa 1,5 milhão de casos prováveis. São 450 óbitos pela doença e outros 849 estão em investigação.
Um ponto de preocupação para o ministério é o Nordeste, pois a região costuma registrar pico de casos entre abril e maio. "Como estamos com a circulação dos sorotipos 1 e 2, e eles tiveram epidemias por esses (sorotipos), temos várias pessoas que tiveram a doença e estão com imunidade. A preocupação são os outros sorotipos (3 e 4), que estão circulando e temos que monitorar", alertou Ethel.
Até o momento, oito estados decretaram situação de emergência em saúde pública em razão da explosão de registros de dengue: Acre, Distrito Federal, Goiás, Rio de Janeiro, Espírito Santo, Santa Catarina, São Paulo e Minas Gerais. Há ainda 288 decretos municipais, a maioria em Minas.
Testes rápidos
Em virtude da alta de casos, o Ministério da Saúde passou a recomendar o uso de testes rápidos para o diagnóstico de casos de dengue. Conforme observou Ethel Maciel, uma nota técnica foi publicada para orientar estados e municípios sobre o uso desses instrumentos.
A secretária afirmou que o ministério iniciou a compra dos testes rápidos. Ela ainda lembrou que outras possibilidades para diagnóstico de dengue, como o RT-PCR, são mais sensíveis na detecção do vírus. Porém, em meio à explosão de casos, a pasta resolveu recomendar o tipo rápido para agilizar a confirmação da doença.
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