Um recente estudo realizado pelo Instituto Fome Zero (IFZ) trouxe à tona que o número de brasileiros em situação de insegurança alimentar moderada e grave apresentou uma queda de 30,7% entre o primeiro trimestre de 2022 e o quarto trimestre de 2023. Esse declínio representou uma redução de 20 milhões de pessoas, passando de 65 milhões para 45 milhões.
A pesquisa também destacou uma queda ainda mais expressiva no número de pessoas em situação de insegurança alimentar grave, que enfrentam a fome. Esse grupo diminuiu em cerca de 39%, indo de 33 milhões no primeiro trimestre de 2022 para 20 milhões no quarto trimestre de 2023.
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Os autores do estudo apontam diversos fatores que contribuíram para essa redução, incluindo a queda da inflação, a redução do desemprego e a valorização do salário mínimo. Além disso, programas sociais como o Bolsa Família e o Benefício de Prestação Continuada (BPC) tiveram seus valores aumentados, ampliando o acesso à alimentação para famílias em situação de vulnerabilidade.
Contudo, o estudo aponta que 9,2% da população ainda enfrentava insegurança alimentar grave ao final de 2023, enquanto 20,7% estavam em situação de insegurança alimentar moderada mais grave.
A pesquisa, encomendada pelo Ministério do Desenvolvimento e Assistência Social, Família e Combate à Fome, utilizou dados da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (PNAD) Contínua do IBGE e da Pesquisa de Orçamento Familiar (POF) para desenvolver modelos matemáticos que projetam tendências.
Além da redução da fome, o estudo também observou uma diminuição no índice de miséria no país, que caiu para pouco mais de 12% em 2023, comparado ao pico de mais de 21% em 2021.
O diretor do Instituto Fome Zero, José Giacomo Baccarin, analisou o contexto econômico e social que influenciou essa tendência positiva. Em relação à redução da fome no país, Baccarin apontou a queda da taxa de desemprego e o aumento da renda das famílias como um componente importante que contribuiu para a situação.
“Nós tivemos em 2023 uma importante queda na estimativa do número de pessoas em insegurança alimentar no Brasil, tanto em insegurança alimentar moderada quanto a insegurança alimentar grave, isso era esperado. Tudo influenciou, a queda da taxa de desemprego e aumento da renda das famílias, a inflação muito baixa para as condições brasileiras e o preço de alimentação e bebidas mais baixo que no geral”.
*Estagiária sob a supervisão de Pedro Grigori
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