violência

Operação prende 15 do "bonde da milícia" no Rio

Incursão conjunta, que contou com a participação da PRF, foi um duro golpe ao bando de Zinho — preso desde 24 de dezembro passado. Foram apreendidos vários fuzis, muita munição e até uma pistola com o brasão da polícia de Miami

Pistola Glock encontrada com os milicianos: a marcação indicaria que pertence à polícia de Miami -  (crédito: PRF/Divulgação)
Pistola Glock encontrada com os milicianos: a marcação indicaria que pertence à polícia de Miami - (crédito: PRF/Divulgação)

Quinze milicianos foram presos em uma operação conjunta da Polícia Rodoviária Federal (PRF), da Polícia Militar e da Polícia Civil na madrugada de ontem, no Rio de Janeiro. O grupo estava em quatro carros que foram interceptados pelos agentes de segurança na Avenida Brasil, na altura do viaduto Engenheiro Oscar de Brito, em Campo Grande, na zona oeste carioca. Houve troca de tiros e seis bandidos foram baleados e levados sob custódia para unidades de saúde — um homem conseguiu fugir.

Na operação, que ocorreu por volta das 4h20 de ontem, foram apreendidos 12 fuzis, sete pistolas, 58 carregadores de fuzil, duas granadas e mais de 1.500 munições. Uma das pistolas recolhidas, uma Glock G22, apresenta o brasão da polícia de Miami, nos Estados Unidos — algo inédito entre as apreensões de armas feitas no Rio de Janeiro, segundo informou a polícia. As autoridades farão contato com a corporação norte-americana para saberem se a pistola pertence ao arsenal da corporação ou se trata de uma falsificação.

Os carros usados pelos milicianos são roubados e clonados e foram apreendidos para perícia. Os coletes à prova de balas, semelhantes aos usados por policiais, também serão periciados para que se descubra se foram desviados das corporações.

Os milicianos presos — oito deles tinham passagem pela polícia — seriam integrantes do grupo de Rui Estevão, o Pipito, apontado como sucessor de Luís Antônio da Silva Braga, o Zinho, nas comunidades de Urucânia e Antares, em Santa Cruz, também zona oeste carioca. Zinho era o chefe da milícia na região e está preso desde 24 de dezembro de 2023, quando se entregou à Polícia Federal (PF), na sede na zona portuária da cidade. Desde então há uma intensa disputa entre grupos criminosos por suas áreas de atuação — cujo saldo são vários mortos.

Apesar do intenso tiroteio, a operação de interceptação dos carros, feita após meses de investigação, é considerada uma mudança na forma de atuação das forças de segurança do Rio — normalmente baseada em grandes operações dentro de comunidades, sem alvos específicos e disseminando o pânico entre os moradores. "Desde o início do ano passado, ampliamos nossa interlocução com agentes do estado e a nossa capacidade de inteligência, com a transferência de agentes de inteligência para o Rio de Janeiro", salientou o superintendente da PRF no Rio, Vítor Almada.

"Com isso, conseguimos executar uma ação mais cirúrgica, minimizando o impacto para a sociedade. Vamos continuar trabalhando nesse padrão", acrescentou.

O secretário de Polícia Civil do Rio, delegado Marcus Vinícius Amin, também usou a palavra "cirúrgica" para descrever a operação. "Foi um golpe expressivo na milícia pelas prisões desses caras, que são o braço operacional, os 'puxadores de guerra'. E, também, pelas apreensões que causaram um impacto no arsenal bélico deles", exultou.

 

Gostou da matéria? Escolha como acompanhar as principais notícias do Correio:
Ícone do whatsapp
Ícone do telegram

Dê a sua opinião! O Correio tem um espaço na edição impressa para publicar a opinião dos leitores pelo e-mail sredat.df@dabr.com.br

postado em 08/03/2024 03:55
x