Pelo menos 6% das mulheres com 18 anos ou mais no Brasil já sofreram algum tipo de violência praticada por um parceiro íntimo atual ou anterior. A informação consta na terceira edição do estudo Estatísticas de gênero: indicadores sociais das mulheres no Brasil, divulgado pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) nesta sexta-feira (8/3), data em que se comemora o Dia Internacional da Mulher.
As mulheres negras foram as que mais sofreram violências — seja psicológica, seja física ou sexual — nos 12 meses que antecederam a pesquisa, com 6,3%, enquanto a porcentagem de mulheres brancas era de 5,7%.
Na análise por regiões do Brasil, o Nordeste aparece como o líder de casos de violência contra a mulher. Na região, 6,3% das mulheres com mais de 18 anos disseram ter sofrido algum tipo de violência. No Sudeste e no Centro-Oeste, o percentual é de 6%; no Norte, 5,9%; e no Sul, 5,6%.
Além disso, os dados dão conta de que as mulheres mais jovens foram as que mais relataram ter sofrido violência oriunda de parceiro ou ex-parceiro íntimo. A taxa entre a faixa etária de 18 a 29 anos é de 9,2% e de 8,2% entre as mulheres com 30 a 39 anos.
Ameaça
De acordo com o estudo, houve uma redução na taxa de mulheres mortas a cada 100 mil no país. Apenas dois anos após a promulgação da Lei do Feminicídio, em 2017, a taxa de mortalidade das mulheres era de 4,7; em 2018, caiu para 4,2 e, em 2019, passou para 3,5 por 100 mil mulheres, índice que se manteve até 2021.
As reduções mais expressivas nas taxas de homicídios intencionais contra mulheres foram nas mortes que ocorreram fora da casa delas, por isso, é possível que esses números não estejam associados à redução dos feminicídios e, sim, à diminuição na circulação nos espaços públicos em virtude da pandemia de covid-19, especialmente entre 2020 e 2022.
A Pesquisa Nacional de Saúde de 2019, usada no levantamento, mostra ainda que 72,8% dos casos reportados pelas mulheres de violência física se deram em suas residências (a taxa é de 31,7% para os homens) e, em mais de 85% dos casos reportados como principal violência sofrida nos 12 meses anteriores à entrevista, o agressor era conhecido da vítima, ou como parceiro ou ex-parceiro, ou até mesmo um parente, amigo ou vizinho.
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