São Paulo somou-se, nesta terça-feira (05) às outras sete unidades federativas em estado de emergência pela dengue. O estado está na 8ª posição no ranking de incidência da doença, que é o número de casos por 100 mil habitantes. De acordo com o Ministério da Saúde, o cenário nacional atual apresenta a aceleração de casos em alguns estados e estabilização em outros.
"Em Minas Gerais e Distrito Federal vemos uma estabilização (do número de casos de dengue). A gente não sabe se vai desacelerar, se vai estabilizar ainda em cima, mas já vemos uma estabilidade. Mas vamos ter momentos diferentes", explicou a secretária de Vigilância em Saúde e Ambiente do Ministério da Saúde, Ethel Maciel.
O DF e MG representam, na sequência, as maiores taxas de incidência da doença no Brasil (número casos por 100 mil habitantes), desde o início deste ano. Já o estado paulista, que decretou epidemia, entrou há poucos dias na área vermelha do mapa, que considera os locais mais graves, com 506 casos de incidência. É considerado epidemia por dengue todos aqueles locais que ultrapassam 300 casos a cada 100 mil habitantes.
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"Estão sendo realizadas visitas técnicas aos estados e municípios em situação de emergência. Vamos intensificar esse trabalho onde for necessário. Hoje o estado de São Paulo decretou emergência por dengue, então, também estaremos junto ao estado nesse trabalho", declarou a ministra de Saúde, Nísia Trindade. Estão também em emergência para doença Acre, Distrito Federal, Goiás, Minas Gerais, Espírito Santo, Rio de Janeiro e Santa Catarina. Há ainda 201 municípios brasileiros em epidemia.
Até esta terça, o Brasil somava 1.253.919 casos da doença, com 299 óbitos. Há outras 765 mortes em investigação. Os dados são atualizados diariamente no Painel de Arboviroses do Ministério da Saúde.
Nordeste
O Ministério da Saúde olha com atenção, neste momento, o Nordeste do país. "O Nordeste vem enfrentando epidemias pelo sorotipo 2 por algum tempo, não estamos vendo crescimento, mas é possível, porque temos crianças que ainda não tiveram contato. Se a tendência for a que está acontecendo agora no Brasil, do sorotipo 1 e 2 mais prevalentes, acreditamos que não teremos uma alta tão expressiva no Nordeste. Mas temos o 3 e 4 circulando. Estamos com atenção porque se tiver uma expansão do sorotipo 3 no Nordeste é possível que tenhamos muito mais casos do que esperávamos na região", declarou Maciel.
O decreto de epidemia nacional segue descartado pelo Ministério da Saúde até o momento, que considera que há, sim, epidemias locais. A pasta já havia adiantado que haveria uma queda no número de casos desta semana epidemiológica para a anterior — caiu de 218 mil para 92 mil — devido ao envio completo dos dados, feito pelos municípios e estados.
Ainda não se sabe se no pico da doença, que geralmente ocorre entre março e abril, terá mais números de casos do que o registrado na semana em que houve mais de 221 mil casos, em fevereiro.
Atualmente, apenas 11% das doses de vacina distribuídas foram aplicadas. A pasta adiantou que deve publicar uma nota técnica de recomendação aos 521 municípios contemplados com doses. Embora o ministério tenha recomendado que a vacinação iniciasse por crianças de 10 e 11 anos, devido à baixa procura, vários locais já aumentaram a faixa etária para até 14 anos. No entanto, a equipe técnica teme que falte doses para completar o esquema vacinal das crianças, que tem intervalo de três meses. Por isso, foi feito um cálculo para cada local que analisará se há segurança para aumentar, de fato, a idade para a máxima com o lote de vacinas atual.
Nísia Trindade disse que sua pasta estuda levar a vacinação contra dengue para as escolas, numa parceria com o Ministério da Educação. "Estamos trabalhando com o Ministério da Educação para, ainda no mês de março, nós termos o programa de vacinação nas escolas. Então todas aquelas vacinas para crianças e adolescentes certamente serão favorecidas por esse calendário", declarou.
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