A ministra da Saúde, Nísia Trindade, aproveitou a reunião de ontem com o Conselho Nacional de Secretários de Saúde (Conass) para convocar os governos de todas as unidades da Federação a participar do Dia D nacional de combate à dengue, neste sábado. Ela enfatizou que somente a realização de um mutirão de esclarecimento e de combate às causas que facilitam a procriação da larva do Aedes aegyti — vetor das doença — será capaz de impedir o avanço da infecção e das mortes.
Somente neste ano, há o registro de 991.017 pessoas infectadas e 207 vítimas fatais, segundo dados publicados, ontem, pelo o Painel de Arboviroses do Ministério da Saúde. "O Dia D é um dia fundamental para essa unidade que construímos aqui. Então, é claro que muitos estados já fizeram, mas nenhum poderá estar fora desse esforço de mobilização. Se há uma coisa que deve nos unir no Brasil é mostrar essa unidade para a população. É uma política com P maiúsculo", cobrou Nísia.
Segundo a ministra, cada unidade da Federação e município definirá quais ações serão realizadas, mas a principal é encontrar focos do mosquito — que é veículo de transmissão também dos vírus da zika e da chikungunya. "As ações são, principalmente, em relação ao controle dos pontos de mosquito, com visitas dos agentes de saúde às casas. Mas, também, atenção para os sinais de alerta, de orientação à população", ressaltou.
Rapidez
Nísia considera que a orientação é essencial para identificar, com rapidez, os casos graves da doença, que foram registrados em aproximadamente 7,7 mil pessoas. Os sintomas da dengue, conforme definidos pelo ministério, são febre alta, dores no corpo e nas articulações, dores atrás dos olhos, dores de cabeça e manchas vermelhas pelo corpo.
Ela cobrou a adesão de todas as unidades da Federação ao Dia D contra a dengue e salientou que "se há uma coisa que une as pessoas são as agendas de saúde. Então, se vale para a cooperação internacional, vale para a gente". No sábado, Nísia estará no município de Serra (ES), o mais populoso do estado — que está no terceiro lugar do ranking de incidência da doença, com 923 casos por 100 mil habitantes.
A secretária de Vigilância em Saúde e Ambiente da pasta, Ethel Maciel, salientou, porém, que alguns desses sintomas são mais graves que outros e que saber identificar qual deles deve ser prioritariamente atendido é fundamental para salvar vidas.
"Os sinais de alerta são dores abdominais, vômitos persistentes, tudo aquilo que impede a pessoa de ficar hidratada", explicou. Os casos mais graves podem estar associados aos vários tipos de sorotipo da doença, que estão sendo identificados no país.
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