A ministra da Saúde, Nísia Trindade, explicou nesta quarta-feira (28/2) que o termo "dengue hemorrágica" deve ser evitado. O alerta, de acordo com ela, é de especialistas e "não um preciosismo técnico". A comunidade médica considera que a pessoa não precisa estar sangrando para estar em estado grave da doença.
“Na verdade, o que temos é a possibilidade de casos graves. Não é um tipo de dengue. Isso sempre tem a ver com a imunidade da pessoa, exposição a sorotipos. Não é um preciosismo técnico, é que por muitas vezes pode não ter nenhum sinal de hemorragia efetivamente e a pessoa estar agravada. Os sinais de alerta são muito importantes”, enfatizou a ministra durante reunião do Conselho Nacional de Secretários de Saúde (Conass) nesta quarta-feira (28/2).
Os sintomas da dengue, segundo norma do ministério, são febre alta, dor no corpo e nas articulações, dor atrás dos olhos, mal-estar, dor de cabeça e manchas vermelhas no corpo.
A secretária de Vigilância em Saúde e Ambiente, Ethel Maciel, comentou na ocasião que alguns desses sintomas são mais graves que os outros. “O que salva vidas é a hidratação. Os sinais de alerta são dores abdominais, vômitos persistentes, tudo aquilo que impede a pessoa de ficar hidratada”, declarou. Ela reforçou que o paciente não precisa estar sangrando para ser considerado em estado grave.
Aumento de casos e Dia D
Em coletiva de imprensa realizada na terça-feira (27/2), a ministra demonstrou preocupação com o aumento de casos de dengue. “Isso preocupa e tem relação com os sorotipos de dengue”, explicou. “Muitos casos em que tínhamos prevalência do sorotipo 1 estão mudando para grande infecção do sorotipo 2, como é o caso do Distrito Federal. Há fatores ambientais, socioambientais e também a dinâmica do vírus, a sua variabilidade”, acrescentou.
Nísia foi enfática, na reunião de hoje do Conass, ao pedir a participação de todos os estados no Dia D de combate à dengue, que acontece no próximo sábado (2/3).
A última atualização do Painel de Arboviroses, do Ministério da Saúde, aponta 973.347 casos prováveis da doença, entre eles 7.771 são considerados preocupantes ou com "sinais de alarme". Há também 195 mortes confirmadas e outras 672 em investigação.
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