saúde pública

Dengue: Ministério da Saúde alerta para aumento de casos graves

Ministra da Saúde admite preocupação e boletim aponta que 7,7 mil registros apresentam "sinais alarmantes". Para Nísia Trindade, infecções estão mudando de sorotipos — como no caso do DF

A ministra da Saúde, Nísia Trindade, reconheceu, ontem, que há uma preocupação do governo federal com aumento dos casos graves de dengue. Isso porque, de acordo com o boletim epidemiológico da pasta, 7.771 casos da doença são considerados preocupantes ou com "sinais de alarme".

"Há um aumento de casos graves e tem relação com os sorotipos de dengue. Em muitos casos que tínhamos prevalência do sorotipo 1, está mudando para grande infecção do sorotipo 2, como é o caso do Distrito Federal. Há fatores ambientais, sócio-ambientais e, também, a dinâmica do vírus, sua variabilidade", afirmou Nísia.

A última atualização do Painel de Arboviroses, do ministério, aponta 973.347 casos prováveis da doença, 195 mortes confirmadas e outras 672 em investigação.

A secretária de Vigilância em Saúde e Ambiente do ministério, Ethel Maciel, destacou que o número de casos graves no país somente neste ano é superior ao de 2023. No entanto, a taxa de letalidade é menor — a de 2024 está em 0,02, enquanto a do ano passado chegou a 0,07.

O mapa de sorotipos do boletim epidemiológico mostra que há a prevalência dos tipos 1 e 2 da doença. A variante 4, por exemplo, só aparece no Mato Grosso do Sul e em Minas Gerais, sendo que o estado da Região Sudeste é o único do país a ter os quatro tipos da doença. Já o sorotipo 3, que há 15 anos não circulava pelo país, foi confirmado em São Paulo, Paraná, Amapá e Maranhão.

Consideradas as semanas epidemiológicas, Ethel avalia que o pico da doença foi superado ainda nos primeiros dias do ano. "Antecipamos a subida. Não sabemos, ainda, quando vai ser a descida, se vai ser sustentada, se vai ser tão rápida quanto a subida", explicou a secretária.

Ela observou que não é possível afirmar se haverá uma nova retomada de casos, mas estima que a tendência, agora, é de ter uma diminuição. Nas próximas duas semanas, segundo Ethel, essa projeção poderá ser feita com maior precisão.

Padrão atípico

"Há um aumento efetivo de número de casos, com padrão atípico no início deste ano. Mas os especialistas têm apontado uma tendência de que, na segunda quinzena de março, a gente tenha, efetivamente, consolidado um declínio [no número de casos]. É uma expectativa em relação ao Distrito Federal e Minas Gerais, por exemplo", salientou Nísia.

Já a primeira-dama Janja somou-se, ontem, à campanha de combate à dengue. Nas redes sociais, publicou um vídeo com dicas para prevenir a proliferação do mosquito Aedes aegypti — vetor do vírus da doença. "A maior parte dos focos dos mosquitos está dentro de casa. É responsabilidade de todas e todos combater a dengue. Cuide do seu quintal, converse com seus vizinhos", pede Janja.

A primeira-dama, então, passa a compartilhar dicas para evitar a água parada — que permite a proliferação das larvas do mosquito transmissor. Ela propõe que "se cada pessoa separar 10 minutinhos do seu dia para acabar com toda a água parada que tem no quintal, podemos combater a dengue e ajudar a reduzir o número de casos e mortes no nosso país".

 

 

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