O governo federal reconheceu, nesta segunda-feira (26/2), o estado de emergência em 17 dos 22 municípios do Acre após enchentes deixarem mais de 11 mil pessoas desabrigadas ou desalojadas. Os impactos também foram sentidos por comunidades tradicionais, pois 23 aldeias indígenas do estado foram alagadas com a cheia dos rios. Ao todo são 395 famílias originárias afetadas, incluindo as etnias Jaminawa, Kaxarari, Huni Kui e Manchineri. O local do Acre onde a situação é mais crítica é Jordão — município isolado de pouco mais de 9 mil habitantes e que teve 80% da população atingida pelas águas do Rio Tarauacá.
Nas terras indígenas, o governo montou uma força-tarefa para amenizar os impactos nas comunidades, providenciando mantimentos, como alimentos, água potável e kits de higiene. Cabe destacar que as aldeias foram inundadas e perderam suas produções. A aldeia Apiwtxa, na Terra Indígena Kampa do Rio Amônia, em Marechal Thaumaturgo, enfrenta um dos cenários mais preocupantes.
“Na Apiwtxa, muita chuva, o rio Amônia já está muito cheio e todas as famílias já estão em alerta… Para nós da aldeia, já estamos preocupados porque na fronteira, lá na comunidade peruana também está chovendo muito ainda e o rio já está cheio. Já tivemos 27 roçados alagados e algumas famílias já deslocadas para áreas mais altas", realtou Wewito Piyãko, presidente da Associação do Povo Ashaninka, Apiwtxa.
O ministro do Desenvolvimento Regional, Waldez Góes, e a ministra da Saúde, Nísia Trindade, se colocaram à disposição do governador Gladson Camelipara (PP) para oferecer ajuda. Uma visita para acompanhar as enchentes dos rios acreanos e organizar ações está sendo planejada em breve pelo governo federal. O ministro Waldez prestou solidariedade a população do Acre e também de Roraima, que está sofrendo com a seca e as queimadas. "É a união das forças que possibilita uma ação mais célere e eficaz na assistência às populações atingidas pelos desastres naturais", disse.
"Estamos prontos para reconhecer sumariamente as situações de emergência e auxiliar os governos locais na elaboração dos plano de trabalho que irão definir as ações a serem apoiadas pelo governo federal. Amanhã, eu e outros colegas ministros nos reuniremos com parlamentares da região para tratarmos da força-tarefa para assistirmos à população atingida", acrescentou o ministro.
Veja os impactos por cidade:
Rio Branco
- Pessoas desabrigadas: 481
- Pessoas desalojadas: 274
- Nº de bairros atingidos: 33
- Abrigos: 10
Plácido de Castro
- Pessoas desabrigadas: 22
- Pessoas desalojadas: 200
- Nº de bairros atingidos: 13
- Abrigos: 2
Xapuri
- Pessoas desabrigadas: 43
- Pessoas desalojadas: 77
- Nº de bairros atingidos: 5
- Abrigos: 1
Tarauacá
- Pessoas desabrigadas: 77
- Pessoas desalojadas: 0
- Nº de bairros atingidos: 5
- Abrigos: 1
Assis Brasil
- Pessoas desabrigadas: 340
- Pessoas desalojadas: 125
- Nº de bairros atingidos: 4
- Abrigos: 4
Jordão
- Pessoas desabrigadas: 1.706
- Pessoas desalojadas: 2.061
- Nº de bairros atingidos: 4
- Abrigos: 7
Epitaciolândia
- Pessoas desabrigadas: 1.010
- Pessoas desalojadas: 750
- Nº de bairros atingidos: 3
- Abrigos: 8
Santa Rosa do Purus
- Pessoas desabrigadas: 359
- Pessoas desalojadas: 960
- Nº de bairros atingidos: 1
- Abrigos: 3
Brasileia
- Pessoas desabrigadas: 1.540
- Pessoas desalojadas: 1.256
- Nº de bairros atingidos: 8
- Abrigos: 10
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