Nova fase da operação Escudo, rebatizada de “Verão”, que acontece na Baixada Santista, no litoral de São Paulo, desde dezembro do ano passado, chegou a 28 mortes de suspeitos em confrontos com policiais, mesma marca registrada em ação realizada na região em 2023.
A Escudo original teve início depois da morte do PM da Rota, Patrick Bastos Reis, no fim de julho do ano passado, no Guarujá. Em 40 dias, resultou na morte de 28 pessoas.
A segunda e a terceira fase da operação bem como a instalação do gabinete de Segurança Pública em Santos foram decretadas após a morte de outro PM da Rota, o soldado Samuel Wesley Cosmo, 35 anos, atingido por um tiro no rosto durante patrulhamento em uma favela de palafitas na periferia de Santos.
A câmera acoplada junto à farda registrou o exato momento em que o soldado foi baleado. Ele foi levado por colegas da Rota à Santa Casa de Santos, mas não resistiu. O terceiro policial morto na Baixada foi o cabo José Silveira dos Santos, que fazia parte do 2º Batalhão de Ações Especiais de Polícia (Baep). No dia em que Silveira morreu, em 7 de fevereiro, a Polícia Militar de São Paulo afirmou nas redes sociais que ele foi covardemente alvejado por criminosos.
Segundo a Secretaria da Segurança Pública do Estado de São Paulo (SSP-SP), mais de 681 pessoas foram presas desde o início da operação, sendo 254 delas procuradas pela Justiça. A pasta também informou que quase meia tonelada de drogas foi apreendida e 79 armas ilegais foram retiradas das ruas.
Guilherme Derrite, secretário de Segurança Pública de SP, afirmou durante uma visita a Sorocaba, interior de São Paulo, nesta terça-feira (20/2), que a operação Verão "não tem prazo determinado para acabar".
Claudio Aparecido da Silva, ouvidor das polícias do estado de São Paulo, disse, por sua vez, que a ação dos policiais na operação Verão tem sido conduzida com “desrespeito à vida humana”. Segundo ele, as denúncias de familiares dos mortos, de testemunhas e de moradores das comunidades onde acontece a operação evidenciam “violações dos direitos humanos".
A Defensoria Pública de São Paulo, juntamente com a Conectas Direitos Humanos e o Instituto Vladimir Herzog, pediu, na última sexta-feira (16) à Organização das Nações Unidas (ONU), o fim da operação policial na região e o uso obrigatório de câmeras corporais pelos policiais militares.
*Estagiária sob a supervisão de Andreia Castro
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