ONU

Organizações de direitos humanos pedem fim de operação no litoral de SP

Grupos também solicitaram que se garanta "uma perícia e investigação independentes, rápidas e imparciais sobre as mortes resultantes"

A Defensoria Pública de São Paulo e organizações de direitos humanos do país pediram, nesta sexta-feira (16/2), à ONU que interceda pelo fim de uma operação policial que já deixou dezenas de mortos no litoral do estado desde o ano passado.

Os órgãos pediram em comunicado conjunto que "se solicite ao Estado brasileiro o fim imediato da operação, evitando a escalada da violência, e o uso obrigatório de câmaras corporais pelos agentes de segurança pública". Também solicitaram que se garanta "uma perícia e investigação independentes, rápidas e imparciais sobre as mortes resultantes".

O documento da Defensoria também é assinado pelas ONGs Conectas Direitos Humanos e pelo Instituto Vladimir Herzog. As organizações apresentaram à ONU "um histórico da denominada Operação Escudo", deflagrada no ano passado, "ressaltando a morte de ao menos nove pessoas entre 20 de janeiro e 9 de fevereiro".

A Secretaria de Segurança Pública de São Paulo, por sua vez, informou hoje que "26 pessoas morreram em confrontos com a polícia" no contexto da operação na Baixada Santista que começou em 18 de dezembro. Um dos mortos foi o traficante Rodrigo Pires dos Santos, conhecido como Danone, integrante da organização criminosa Primeiro Comando da Capital (PCC).

A polícia também reportou a prisão de 620 pessoas, 226 delas procuradas pela justiça, e a apreensão de 72 armas e 147 quilos de drogas. "Nossas ações de combate ao crime organizado seguem na Baixada Santista, com inteligência operacional e empenho dos nossos policiais", publicou no Instagram o secretário de Segurança Pública de São Paulo, Guilherme Derrite.

A mesma região foi epicentro em agosto passado de uma operação contra o crime organizado lançada após o assassinato de um policial. A operação deixou 14 mortos em 5 dias.

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