O ministro da Justiça, Ricardo Lewandowski, afirmou nesta quinta-feira (15/2) que os investigadores a frente do caso de fuga em uma penitenciária de Mossoró, Rio Grande do Norte, acreditam que Rogério da Silva Mendonça, 35 anos, e Deibson Cabral Nascimento, 33 anos, estejam a cerca de 15 quilômetros do presídio.
“Temos um total de 300 agentes mobilizados, além de termos determinado a difusão de alerta vermelho na Interpol. Nós temos no local três helicópteros atuando: um da Polícia Federal, um da Polícia Rodoviária Federal e um das autoridades locais, além de drones envolvidos na procura destes fugitivos, que estão, imaginamos nós, localizados num perímetro de 15 quilômetros de distância do presídio, até o centro da cidade. É um local de matas, uma zona rural", declarou.
Lewandowski observou que nenhum veículo foi registrado nas proximidades da unidade prisional e tampouco foi notificado furto de carros na área. A hipótese é que os criminosos tenham fugido a pé.
“Temos notícias que uma casa, rural, tenha sido invadida, onde houve furto de roupas e comidas e, certamente, isso pode estar relacionado a esses dois fugitivos que estão tentando sobreviver nesta área que se encontram”, revelou o ministro.
Segundo o chefe da pasta, estão em curso duas investigações: uma de caráter administrativo, “para apurar as responsabilidades disciplinares, é uma sindicância que pode depois se transformar em um inquérito administrativo”; e a outra linha é o inquérito policial aberto no âmbito da PF, para apurar as responsabilidades criminais daqueles que poderiam ter facilitado a fuga da dupla.
O ministro anunciou, como resposta ao episódio, um pacote de medidas que envolve a modernização do sistema de videomonitoramento das cinco unidades prisionais federais; o aperfeiçoamento do acesso à presídios federais, com o uso do reconhecimento facial; a ampliação do sistema de alarmes nas unidades de segurança máxima; o pedido de nomeação de 80 policiais penais federais já aprovados em concursos para o reforço da segurança nos presídios; e a construção de muralhas nas cinco unidades federais.
O ministro também negou que possa haver alguma relação do episódio com preferências políticas dentro das forças de segurança. “Nós descartamos completamente essa hipótese. A política não ingressa nos presídios federais e também não ingressa no Ministério da Justiça e Segurança Pública, no que diz respeito às questões técnicas”.
“O combate ao crime organizado exige uma ação muito técnica. E o crime organizado hoje vem crescendo, infelizmente, não só em nosso país. Deixou de estar restrito a um estado determinado. Se alastrou pelo país todo e tem uma dimensão internacional. É por isso justamente que o combate ao crime organizado passa ser de competência também do Ministério da Justiça, passou a ser um problema de âmbito nacional. Nós estamos trabalhando já com uma colaboração, e não é de hoje, com outros países para combater este tipo de criminalidade: altamente organizado, altamente estruturado e altamente capitalizado”, declarou.
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