Na quarta-feira (14/2), houve a primeira fuga de uma prisão de segurança máxima desde a criação do sistema penitenciário federal em 2006. Dois criminosos, Rogério da Silva Mendonça (35 anos) e Deibson Cabral Nascimento (33 anos), escaparam do presídio federal em Mossoró (RN).
Os dois são ligados ao Comando Vermelho e respondem a mais de 30 processos de homicídio, roubo, tráfico de drogas e organização criminosa. Eles teriam saído pelo teto das celas, ao arrancar uma estrutura metálica de alumínio e cabos de energia ligados à iluminação.
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Segundo investigações preliminares conduzidas pela Secretaria Nacional de Políticas Penais (Senappen) e pela Polícia Federal (PF), obras realizadas na unidade podem ter facilitado a fuga. Após o ocorrido, a direção do presídio foi afastada pelo Ministério da Justiça, que nomeou um interventor.
A Penitenciária Federal de Mossoró faz parte do sistema penitenciário federal, que é formado por cinco unidades espalhadas pelo país: Catanduvas (PR), Campo Grande (MT), Mossoró (RN), Porto Velho (RO) e Brasília (DF).
Criado em 2006, o sistema tem como objetivo combater o crime organizado e isolar lideranças criminosas e detentos de alta periculosidade. As penitenciárias de segurança máxima são administradas pelo Ministério da Justiça e da Segurança Pública.
Para ser detido no sistema federal, o criminoso deve ser uma liderança ou atuar de maneira relevante em uma organização criminosa e participar de uma quadrilha ou bando, com prática recorrente de crimes com violência ou grave ameaça, conforme a Secretaria Nacional de Políticas Penais. O detento pode permanecer no presídio por até 3 anos, prazo que pode ser prorrogado quantas vezes for necessário.
Regras rigorosas
A segurança no sistema penitenciário federal é maior do que em presídios estaduais, pois possui regras rigorosas a serem cumpridas pelos detentos.
As celas têm 7 metros quadrados e são individuais com cama, sanitário, pia, chuveiro, uma mesa e um assento. Não há tomadas e nem equipamentos eletrônicos. Dentro da cela, cada movimento do preso é monitorado. Ele passa por revista toda vez que entra e sai do espaço.
A comida é servida seis vezes ao dia, chega por meio de uma portinhola e a bandeja é inspecionada. O chuveiro liga e desliga em horários previamente determinados. Visitantes não podem entregar comida aos presos.
As mãos dos presos ficam algemadas no percurso da cela ao pátio onde tomam sol. Além disso, câmeras de segurança ficam ligadas 24 horas por dia. Também são utilizados equipamentos de scanner corporal, raquetes de detecção de metal e catracas biométricas.
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