Alagoas

Maré vermelha: 200 pessoas procuram hospital em Alagoas; entenda fenômeno

No litoral de Alagoas, quase 200 pessoas deram entrada no hospital com intoxicação por algas marinhas

Em Barra de Santo Antônio, no litoral de Alagoas, quase 200 pessoas deram entrada, essa semana, em uma unidade de saúde por intoxicação por algas marinhas. A intoxicação ocorreu devido a um fenômeno chamado "Maré Vermelha". O fenômeno, que é raro e pode surgir em qualquer localidade que tenha mar, é causado por florações de micro-organismos que podem ser tóxicas ou não.

O nome maré vermelha é dado porque as algas que se formam ao longo da costa litorânea são avermelhadas. Se forem tóxicos, como os do litoral alagoano, os micro-organismos passam as toxinas por meio do spray das ondas. Os banhistas são afetados ao respirar o ar contaminado e podem apresentar enjoo, dor de garganta, dor de estômago, tosse, coriza, obstrução nasal e sinais de conjuntivite.

Houve interdição de um trecho da praia de Carro Quebrado a fim de evitar a circulação de pessoas. Também foram registradas proibições de venda de peixes e moluscos em algum as cidades, para evitar o consumo de animais contaminados.

Fatores como altas temperaturas e estiagem facilitam a proliferação das algas, cujo surgimento pode ser causado pelo desequilíbrio ambiental. "Elas precisam de nutrientes para se multiplicar e o homem pode interferir na formação dessas algas nocivas diante dos nutrientes que jogamos na água (lixo)", explicou o professor da Universidade Federal de Alagoas e oceanógrafo Gabriel Le Campion.

O secretário de Meio Ambiente de Barra de Santo Antônio, Sérgio Silva, afirmou ao g1 que as algas vieram de Pernambuco em direção ao litoral de Alagoas, e as pessoas entraram em contato com as toxinas por meio do ar. O odor das algas, segundo ele, é semelhante ao de gás de cozinha.

Em nota, a secretaria de Turismo de Alagoas disse que "as autoridades constataram que este é um fenômeno passageiro e que não há mais risco para os banhistas nas localidades" e por isso todas as praias da região estão liberadas para banho.  

O fenômeno deve recuar naturalmente, uma vez que os micro-organismos filtram água e se limpam, livrando-se das toxinas.

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