São Paulo

Operação Verão atinge marca de 38 mortos em menos de um mês

Mais quatro pessoas morreram na noite desta terça-feira (27/2) na Baixada Santista, dois eram menores. A operação é a mais letal da PM paulista desde Carandiru

Policiais militares em patrulhamento na Baixada Santista durante a Operação Verão
 -  (crédito: SSP-SP/Divulgação)
Policiais militares em patrulhamento na Baixada Santista durante a Operação Verão - (crédito: SSP-SP/Divulgação)

Quatro pessoas morreram na noite desta terça-feira (27/2) em uma troca de tiros com policiais militares na rua Jardim Rio Branco, em São Vicente, litoral de São Paulo. Com isso, a Operação Verão atinge a marca de 38 mortos em menos de um mês. De acordo com a Secretaria de Segurança Pública (SSP), os agentes faziam a operação em repressão ao tráfico de drogas, quando foram surpreendidos por suspeitos armados em uma área de mata. Segundo a PM, houve troca de tiros e cinco pessoas foram atingidas.

As vítimas eram dois homens de 18 e 31 anos e dois adolescentes, ambos de 17 anos. O outro suspeito atingido foi socorrido e está internado no Hospital do Vicentino. Foram apreendidos dois revólveres calibre 38 e uma pistola .40, entorpecentes, dinheiro e celulares.

O caso foi registrado na Delegacia Sede de São Vicente como tráfico de drogas, posse ou porte ilegal de arma de fogo, resistência e morte devido à intervenção policial. A ocorrência deverá ser investigada pela Polícia Civil juntamente com o Ministério Público. A SSP informou que, até a públicação desta matéria, 797 pessoas foram presas, além da apreensão de 562 quilos de drogas e 86 armas ilegais.

Mais letal desde Carandiru

A Operação Verão ganhou uma nova fase após o assassinato do PM da Rota Samuel Wesley Cosmo, de 35 anos, que foi morto com um tiro no rosto durante patrulhamento em uma favela de palafitas na periferia de Santos. A câmera acoplada junto à farda registrou o exato momento em que o soldado foi atingido. Ele foi levado por colegas da Rota à Santa Casa de Santos, mas não resistiu.

Operação Verão "não tem prazo determinado para acabar", diz secretário de Segurança, Derrite
Operação Verão "não tem prazo determinado para acabar", diz Guilherme Derrite, secretário de Segurança Pública de SP (foto: Reprodução/TV TEM)
 

A ação é considerada a mais letal da PM no estado de São Paulo desde o massacre do Carandiru, quando 111 presos do Pavilhão 9 da Casa de Detenção foram mortos após uma rebelião, em 2 de outubro de 1992. E superou o número de mortos da Operação Escudo, que resultou na morte de 28 pessoas e gerou questionamento de entidades ligadas aos direitos humanos que apontaram abusos de autoridade policial.

Apesar das críticas em relação à operação o secretário de Segurança Pública de São Paulo, Guilherme Derrite, declarou este mês que a Operação Verão ainda "não tem prazo determinado para acabar".

A Defensoria Pública de São Paulo, juntamente com a Conectas Direitos Humanos e o Instituto Vladimir Herzog, pediu no último dia 16, à Organização das Nações Unidas (ONU), o fim da operação policial na região e o uso obrigatório de câmeras corporais pelos policiais militares.

*Estagiária sob a supervisão de Andreia Castro

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postado em 28/02/2024 14:12 / atualizado em 28/02/2024 14:15
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