Pesquisa divulgada nesta terça-feira (27/2) pelo Fórum Brasileiro de Segurança Pública mostra que as Polícias Militares (PMs) e os Corpos de Bombeiros Militares (CBMs) têm apenas 12,8% e 14,5% de mulheres, respectivamente, em seus efetivos. O valor é menor do que a representação feminina na Câmara dos Deputados, de 14,81% atualmente.
Para especialistas do Fórum, um dos fatores para a reduzida presença de mulheres são as cotas fixadas nos concursos para as corporações, sob o argumento que a carreira exige força física mais intensa. A visão, porém, é considerada errônea, já que a maior parte da atuação dos policiais não exige força física, mas sim habilidades como uso da força letal e investigação criminal, que podem ser adquiridas em treinamentos.
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A presença das mulheres nos quadros das PMs varia de acordo com a unidade da Federação. Amapá (28%), Roraima (21%) e Rio Grande do Sul (21%) são os estados com maior participação, quanto Ceará (6%), Rio Grande do Norte (6%), Mato Grosso (9%), Paraíba (9%) e Piauí (9%) possuem as menores taxas.
A pesquisa mostra ainda que mesmo as mulheres dentro das forças enfrentam desafios para alcançar as patentes mais altas. Acre, Bahia, Paraná e Sergipe não têm nenhuma mulher no posto e coronel. Já os demais estados possuem, no máximo, quatro coronéis mulheres. A única exceção é o Rio de Janeiro, com 13.
Já entre os Corpos de Bombeiros Militares, Amazonas e Amapá possuem mais mulheres em seus quadros, com 34%. A menor participação é vista no Ceará (4%), Rio Grande do Norte (6%), Maranhão, Mato Grosso, Pará, Paraná e Santa Catarina, todos com 8%.
Forças precisam se atualizar
"Atualmente, o percentual de mulheres nas instituições militares da segurança pública é muito baixo, e este é um problema histórico, que reflete, em grande medida, a prática do uso do dispositivo de cotas como teto para o ingresso de mulheres nas PMs e CBMs do Brasil", diz o levantamento.
Os pesquisadores também comemoraram o veto presidencial ao trecho da Lei Orgânica das Polícias Militares e dos Corpos de Bombeiros Militares que abria margem para estipular uma cota máxima de 20% de vagas para mulheres nas corporações.
"Seguindo a premissa de que as instituições de segurança pública precisam se atualizar às novas demandas e necessidades das sociedades contemporâneas e democráticas, é urgente que as polícias passem a ampliar a diversidade de gênero em seus quadros", destacou o estudo.
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