Passada uma semana da fuga de Rogério da Silva Mendonça, 35 anos, e Deibson Cabral Nascimento, 33, da Penitenciária Federal de Mossoró (RN), as forças de segurança ampliam os esforços de busca dos detentos. Uma força-tarefa composta por agentes federais e da Secretaria de Segurança Pública do Rio Grande do Norte formou um cerco, ontem, em uma área rural da cidade de Baraúna, a 20km do presídio, perto da divisa com o Ceará. Utilizando helicópteros para varredura da área, a equipe recebeu informações sobre possíveis avistamentos dos fugitivos, inicialmente, na localidade conhecida como Juremal, e, posteriormente, na direção a Quixeré, no Ceará. Apesar dos esforços, a dupla continua foragida desde sua última aparição, na última sexta-feira, após invadir duas residências. As autoridades têm como base das investigações a geolocalização dos celulares roubados pelos fugitivos, usados para solicitar rotas de fuga em direção ao Ceará.
As adversidades do terreno, caracterizado pela vegetação densa da Caatinga, causam problemas à operação. A região, que conta com uma grande área de proteção ambiental, o Parque Nacional da Furna Feia, é de mata fechada e tem muitas grutas, além de animais peçonhentos. Apesar disso, as autoridades acreditam que os fugitivos estão cercados e que não deixaram a região.
Diante da complexidade da situação, o ministro da Justiça e da Segurança Pública, Ricardo Lewandowski, visitou Mossoró, no domingo, e autorizou o uso da Força Nacional nas operações de busca, mobilizando mais 100 agentes e 22 viaturas.
Além das medidas imediatas de busca e captura, estão sendo tomadas providências para fortalecer a segurança nos presídios federais, que incluem reformas estruturais — como a fixação de chapas de aço nas áreas vulneráveis — e medidas de segurança mais complexas: instalação de sistemas de reconhecimento facial e construção de muralhas ao redor dos presídios, já presente no Complexo Penitenciário da Papuda, no DF. O ministro também aprovou um protocolo que deverá ser seguido em todas as unidades federais, como a revista diária das celas e dos pátios.
Para o especialista em ciências criminais Marco Costa, secretário geral da Comissão de Segurança Pública da OAB/DF, as forças de segurança devem acompanhar e combater a sofisticação crescente do crime organizado. "O papel das forças de segurança no sistema prisional federal é garantir a tranquilidade social, desarticulando o crime organizado e minimizando as ações criminosas de facções que estão em alto crescimento no país".
Sobre possíveis problemas de segurança que permitiram a fuga dos detentos em Mossoró, Costa disse que é prematuro apontar falhas humanas. "Esse fato será devidamente conduzido pelos órgãos competentes para, só então, podermos apontar e punir. O Estado está procurando meios necessários para reparar as falhas", afirmou.
*Estagiária sob a supervisão de Vinicius Doria
Saiba Mais
Gostou da matéria? Escolha como acompanhar as principais notícias do Correio:
Dê a sua opinião! O Correio tem um espaço na edição impressa para publicar a opinião dos leitores pelo e-mail sredat.df@dabr.com.br