Dois detentos escaparam da Penitenciária Federal de Mossoró, na região Oeste do Rio Grande do Norte. A fuga é a primeira no sistema penitenciário federal. Deibson Cabral, de 33 anos, e Rogério da Silva Mendonça, de 36 anos, que fugiram nesta quarta-feira (14/2), são naturais do Acre e pertenciam à mesma facção criminosa, com origem no Rio de Janeiro.
A Secretaria de Estado de Segurança Pública do Acre informou que Rogério e Deibson estavam entre os detentos envolvidos na rebelião ocorrida em julho de 2023 no presídio de segurança máxima Antônio Amaro Alves. Na época, cinco presos foram assassinados com decapitações e esquartejamentos. A dupla foi transferida para o presídio federal em 25 de setembro de 2023.
De acordo com inquéritos do Acre, Deibson é considerado um criminoso de "alta periculosidade". Sua defesa já havia protocolado pedidos de habeas corpus no Superior Tribunal de Justiça (STJ), que negou o pedido em virtude das decisões antigas já feitas dos tribunais do Estado.
“Deibson Cabral Nascimento (também conhecido como Tatu ou Deisinho) é considerado de alta periculosidade em virtude de seu comportamento carcerário indisciplinado, por ter empreendido e ter tentado empreender fugas, dentre outras ocorrências internas. Na época em que foi transferido para o sistema penitenciário federal estava arquitetando a execução de alguns policiais militares aqui no Estado", alegou o STJ na decisão.
Deibson foi detido em agosto de 2015 e também cumpriu pena no presídio federal de Catanduvas, no Paraná. Ele possui condenações e é acusado de envolvimento em assaltos, furtos, roubos, homicídios e latrocínio.
Já Rogério, de 36 anos, é citado em processo como “extremamente frio”. Em fotos dos registros policiais, é possível notar que ele exibe o símbolo nazista da suástica tatuado numa das mãos.
A prisão
A Penitenciária Federal de Mossoró foi inaugurada em 3 de julho de 2009. A unidade de segurança máxima foi projetada para receber até 208 presos. O presídio é uma reprodução do modelo de unidades de segurança máxima norte-americanas.
O Ministério da Justiça determinou a ida do secretário Nacional de Políticas Penais, André Garcia, a Mossoró, para acompanhar a apuração dos fatos. Ordenou a mobilização das Forças Integradas de Combate ao Crime Organizado (Ficco) e instruiu a Polícia Federal (PF) para que efetuasse o registro dos nomes dos fugitivos no Sistema de Difusão Laranja da Interpol, bem como a sua inclusão no Sistema de Proteção de Fronteiras, para que sejam procurados pela comunidade policial internacional.
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