Será conhecida, na tarde de hoje, a grande vencedora do desfile das escolas de samba do Grupo A do Rio de Janeiro. A apuração será na Praça da Apoteose, no fim da avenida Marquês do Sapucaí, a partir das 16h. As seis agremiações mais bem colocadas desfilarão novamente no Sambódromo, no próximo sábado, a partir das 20h.
Na competição, as notas seguem nove quesitos analisados pelos jurados, indicados pela Liga Independente das Escolas de Samba (Liesa) e pela empresa estatal de promoção ao turismo da prefeitura, a Riotur. São avaliados bateria, samba-enredo, harmonia, evolução, enredo, alegorias e adereços, fantasias, comissão de frente, e a dupla de mestre-sala e porta bandeira.
Como destaques dos desfiles da Sapucaí, entre a noite de segunda-feira e a madrugada de ontem, estão os enredos que abordam temas ligados à cultura negra e às tradições africanas. A exceção ficou com a irreverente homenagem da Mocidade Independente de Padre Miguel, com sua mítrica bateria, ao caju, fruto genuinamente nordestino.
A Portela apresentou um enredo sobre o racismo. A exibição da escola uniu técnica e emoção, com o samba-enredo Um defeito de cor, baseado no livro da autora mineira Ana Maria Gonçalves. Desfilaram pela escola, entre outras personalidades, o ministro dos Direitos Humanos e da Cidadania, Silvio Almeida, e Marinete Silva, mãe de Marielle Franco, vereadora do Rio de Janeiro assassinada em março de 2018.
A Mangueira emocionou ao homenagear a cantora Alcione, ilustre integrante da Verde e Rosa e uma das fundadoras da escola Mangueira do Amanhã, versão mirim da agremiação. Ela desfilou no último carro alegórico, mas recebeu muitos amigos na passarela, como a cantora Maria Bethânia. Com fantasias e alegorias bem feitas e coloridas, a escola fez ótimo desfile, destacando a cultura do Maranhão — terra natal da Marrom — e a tradição do Bumba-meu-boi. Uma escultura que representava a própria Alcione no último carro alegórico quebrou, o que deve tirar alguns décimos na pontuação da escola no quesito alegorias e adereços.
A Unidos de Vila Isabel interpretou o tema Gbalá - viagem ao Templo da Criação, da mitologia yorubá, uma reedição atualizada do enredo que a escola levou à avenida em 1993. Nessa releitura, a Vila incluiu a necessidade de se preservar o meio ambiente e a vida no planeta.
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A Paraíso do Tuiuti contou em samba e fantasias a história de João Cândido Felisberto, líder da Revolta da Chibata, em 1910, quando ficou conhecido como Almirante Negro.
Fechando a segunda noite de desfiles, a Unidos do Viradouro, de Niterói, também buscou inspiração na África, com o enredo Arroboboi, Dangbé!, liderado pelo carnavalesco Tarcísio Zanon. A escola interpretou na avenida o mito de uma serpente vodum, que se tornou uma divindade após épica batalha entre reinos da antiga região da Costa da Mina, na África.
Neste ano, as escolas puderam, pela primeira vez, vincular o roteiro dos desfiles à moderna iluminação teatral do Sambódromo da Sapucaí. No ano passado, essa iluminação cênica ainda estava em testes e foi usada com restrições.
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