Carnaval

Carnaval: grandes escolas saúdam os 40 anos da Sapucaí; veja a festa no país

Porto da Pedra abriu o desfile das primeiras seis agremiações do Grupo Especial no mais antigo sambódromo do país. Em Salvador, o trio de Ivete Sangalo quebrou na avenida. Em São Paulo, Pablo Vitar e Michel Teló trombaram no Ibirapuera

Abre-alas da Porto da Pedra, de São Gonçalo, primeira escola do Grupo Especial a desfilar na Sapucaí, que também recebeu Salgueiro, Imperatriz, Beija-Flor, Unidos da Tijuca e Grande Rio -  (crédito:  Reginaldo Pimenta)
Abre-alas da Porto da Pedra, de São Gonçalo, primeira escola do Grupo Especial a desfilar na Sapucaí, que também recebeu Salgueiro, Imperatriz, Beija-Flor, Unidos da Tijuca e Grande Rio - (crédito: Reginaldo Pimenta)

Seis escolas de samba do Grupo Especial abriram alas no carnaval do Rio de Janeiro, na noite de ontem. Cerca de 100 mil pessoas acompanharam o mais tradicional desfile do país, na Marquês de Sapucaí, sambódromo pioneiro que completa quatro décadas neste ano.

A Unidos do Porto da Pedra, de São Gonçalo, iniciou a festa com o enredo Lunário Perpétuo: a profética do saber popular, que conta as histórias de um livro com misticismo, filosofia e arte popular. O Lunário é famoso por seus conselhos e previsões que influenciaram a cultura nordestina. A lenda diz que os ensinamentos do livro foram ditados pelas estrelas para guiar os homens na terra. Desfilaram 3 mil pessoas, divididas em 32 alas e seis carros temáticos. Um dos carros, porém, quebrou em frente à cabine dos jurados.

Entre os destaques da noite, a Salgueiro iria homenagear a cultura do povo Yanomami. O enredo Hutukara fala sobre a defesa da terra e dos indígenas. A agremiação da zona norte carioca também abordaria a crise humanitária que afligiu a etnia nos últimos anos, decorrente da fome e dos desequilíbrios ambientais provocados pelo garimpo ilegal.

Atual campeã do carnaval carioca, a Imperatriz Leopoldinense se preparou para enveredar no mundo místico dos ciganos e a representação na literatura nordestina popular. Com a sorte virada para a Lua, segundo o testamento da cigana Esmeralda foi o enredo escolhido para o desfile. Beija-Flor, Unidos da Tijuca e Grande Rio também estavam programadas para cruzar a avenida ontem. Outras seis escolas passam pela Sapucaí na noite de hoje. A vencedora será conhecida na Quarta-feira de Cinzas.

Folia nas ruas

Em São Paulo, megablocos levaram multidões às ruas. O público era tão grande que os blocos de Pablo Vittar e de Michel Teló chegaram a se encontrar no entorno do Parque Ibirapuera. (Leia ao lado)

Outra capital que também botou os blocos na rua foi Belo Horizonte, que reuniu multidões em mais de 30 bloquinhos. De acordo com a prefeitura da capital mineira, estima-se que, ao longo de todo o feriado, cerca de 5,5 milhões de foliões circulem pela cidade.

No Nordeste, a festa foi animada nas ruas de Olinda e de Recife, em Pernambuco. Durante o dia, os foliões se reuniram nas famosas ladeiras da cidade histórica e investiram em fantasias. O tradicional Homem da Meia-Noite arrastou uma multidão de foliões pelas ruas de Olinda na noite do sábado de Zé Pereira e do domingo de carnaval com o tema Terra indígena. O cortejo homenageou os povos originários Xukuru, o Caboclinho 7 Flechas e o cantor e compositor pernambucano Marron Brasileiro. Entre frevo, toré e caboclinho, o boneco gigante "mais amado do Brasil" destacou a diversidade e a riqueza dos povos indígenas.

"Quando a gente pensou nesse tema, por incrível que pareça, pensamos mais nos valores do que no território, que também é tão significativo e importante. É um tema que aguça uma importante reflexão para a humanidade. Como a gente surge de um povo que trabalha coletivamente, respeita a ancestralidade e a natureza e a gente constrói uma sociedade tão individualista, tão desafiadora e tão cruel que a gente vive? Isso precisa ser refletido para que a gente possa se transformar e transformar o mundo. É um grito de alerta", ressalta o presidente do Homem da Meia-Noite, o professor Luiz Adolpho. À noite, o agito foi no centro do Recife, que teve shows de Thiaguinho, Dilsinho e Mumuzinho.

Em Salvador, o tradicional show de Ivete Sangalo colocou os "pipocas" para pular ao som do hit deste carnaval, Macetando, em parceria com a cantora Ludmilla. No entanto, o trio elétrico em que ela estava estragou e gerou um atraso de três horas na apresentação.

Outro momento polêmico do show da cantora foi a participação de Baby do Brasil, que fez uma fala religiosa falando em apocalipse. "Todos atentos porque nós entramos em apocalipse, o arrebatamento tem tudo para acontecer entre cinco e 10 anos. Procure o Senhor enquanto é possível achar", disse Baby. Chocada com a mensagem da cantora, Ivete respondeu: "Eu não vou deixar acontecer, porque não tem apocalipse certo quando a gente maceta o apocalipse".

 


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postado em 12/02/2024 03:55
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