O mineiro Begoleã Mendes Fernandes, de 26 anos, acusado de assassinar a facadas o amigo Alan Lopes, de 21, na Holanda, foi condenado pela Justiça do país a internação compulsória para tratamento psiquiátrico e a pagamento de indenização à família da vítima. O crime aconteceu em 26 de fevereiro de 2023.
A perícia do inquérito realizado pelo Ministério Público holandês concluiu que Begoleã é esquizofrênico e desenvolveu um delírio paranoico com relação ao amigo - pensava que era canibal e que pretendia matá-lo e depois comê-lo. Segundo a Justiça holandesa, o medo e o delírio teriam motivado o homicídio.
Foi determinado que a mãe de Alan receba 21 mil euros de indenização e o pai, 17 mil euros. De acordo com a família do rapaz, eles estão satisfeitos com a sentença e não pretendem recorrer da decisão, a não ser que os parentes de Begoleã o façam. As informações são do G1.
A Justiça considerou o crime premeditado, uma vez que o mineiro pesquisou na internet a pena para homicídio na Holanda. Ficou também comprovado que o homicídio não foi por legítima defesa, pois não houve luta corporal entre os amigos.
Begoleã será internado por tempo indeterminado e será liberado somente quando estiver curado e puder conviver novamente em sociedade. Os custos do tratamento serão cobertos pelo governo holandês.
Ida para a Holanda
O mineiro foi para a Holanda no início de 2020, conforme conta nos autos judiciais. Ele queria ser kickboxer, então passou a treinar de quatro a cinco dias por semana em uma academia de Amsterdã. Begoleã e Alan ficaram amigos por ambos participarem de um grupo de brasileiros na cidade.
O documento afirma que o condenado tinha vários empregos, mas tinha dificuldades em encontrar um lugar para dormir por ganhar pouco. Alan o ajudou várias vezes a encontrar um local para ficar, bem como o abrigou por algum tempo.
Carne na mala
O jovem foi detido um dia depois do crime, em 27 de fevereiro do ano passado, em um aeroporto de Lisboa, com carne na mala. Um jornal português chegou a divulgar que a carne era humana, mas a polícia holandesa desmentiu e disse que o produto tinha origem bovina.
Ele pretendia viajar para Belo Horizonte e apresentou um cartão de identidade italiano, porém portava outros documentos de identificação de terceiros, o que levantou suspeitas do Serviço de Estrangeiros e Fronteiras (SEF) de Portugal.
Duas semanas depois, o mineiro foi extraditado para a Holanda, onde segue preso desde 13 de março.
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