A dengue é uma arbovirose transmitida pela picada do mosquito fêmea do Aedes aegypti. Os sintomas são bem conhecidos dos brasileiros: febre alta, dor no corpo e nas articulações, dor atrás dos olhos, mal-estar, falta de apetite, dor de cabeça e manchas vermelhas pelo corpo.
Para se proteger, os cuidados devem acontecer durante o ano todo, como a eliminação de focos de dengue e evitar água parada. Outro recurso é a vacina da dengue, a Qdenga, primeiro imunizante contra a dengue.
A vacina protege as pessoas da ação de quatro sorotipos do vírus: DEN-1, DEN-2, DEN-3 e DEN-4. Desenvolvida pela farmacêutica Takeda, ela pode ser aplicada em pessoas com idade entre 4 e 60 anos. Com a baixa disponibilidade do imunizante, o governo está selecionando grupos prioritários para tomar a vacina.
O imunizante é feito a partir do vírus da dengue atenuado. Isso significa que ela usa o microrganismo vivo, mas bem enfraquecido a ponto de não ser capaz de causar a doença. Para completar o esquema vacinal, é preciso aplicar 2 doses da vacina contra dengue, com intervalo de 3 meses entre elas.
Qual a eficácia?
A eficácia geral é de 80,2% a partir de 30 dias do esquema de 2 doses, enquanto a eficácia contra as formas que requerem hospitalização é de 90,4%.
Quais os efeitos colaterais?
Os eventos adversos mais comuns, após tomar a vacina, são a sensibilidade no local da injeção (dor, vermelhidão e inchaço), fadiga, mialgia e mal-estar, febre, calafrios e perda ou diminuição da força física. Também pode ocorrer perda de apetite, irritabilidade e dor de cabeça.
Como a vacina foi testada?
Os índices foram obtidos por 19 estudos de fases 1, 2 e 3 com mais de 28 mil crianças e adultos, incluindo um estudo com seguimento de dados clínicos por 4,5 anos. Decorridos 4,5 anos do esquema vacinal, a eficácia contra as formas que requerem hospitalização se mantém alta, em 84,1%.
Para quem a vacina é contra indicada?
O imunizante é contraindicado para pessoas com alergia grave a algum dos componentes da vacina, gestantes, mulheres em fase de amamentação, pessoas com imunodeficiência e pacientes com HIV.
Outras vacina em produção
Além da farmacêutica japonesa, uma vacina está sendo desenvolvida pelo Instituto Butantan está em fase final de estudos e está prometida para entrar no SUS em 2025, se for aprovada pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa).
A vacina desenvolvida pelo Instituto Butantan também é composta pelo vírus atenuado. O seu principal diferencial é sua composição: esse imunizante contém os quatro tipos do vírus da dengue em versões enfraquecidas. A Qdenga, por outro lado, é feita apenas com o subtipo DEV-2 atenuado.
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