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Nísia Trindade: "Mortes por dengue são evitáveis"

Ministra apela à população para que se engaje na luta contra o surto da doença e ajude a eliminar os focos do mosquito transmissor

A ministra Nísia Trindade apela à população para que ajude no combate aos focos do mosquito da dengue:
A ministra Nísia Trindade apela à população para que ajude no combate aos focos do mosquito da dengue: "Vacina não é a solução neste momento de surto da doença" - (crédito: Marcelo Camargo/Agência Brasil)

Os casos de dengue no Brasil aumentam em proporção geométrica e pressionam o Ministério da Saúde. Nos últimos seis dias de janeiro, o número de mortes pela doença passou de 12 para 24, enquanto a quantidade de casos em investigação passou de 85 para 163. Os dados são do Painel de Monitoramento de Arboviroses. Entre as unidades federativas, o Distrito Federal lidera o número de mortes, com 7 casos. Na sequência, estão Minas Gerais (5), Paraná (4) e São Paulo (4). A ministra da Saúde, Nísia Trindade, afirmou que os óbitos "são evitáveis", após reunião na Organização Pan-Americana da Saúde (Opas), em Brasília.

"As mortes são evitáveis, desde que haja hidratação e o cuidado adequado. Não há por que as pessoas morrerem de dengue. Há formas de evitarmos essas mortes e vamos trabalhar fortemente para isso", declarou a ministra. Ela também anunciou a reativação do Centro de Operações e Emergência (COE) de Arboviroses para coordenar as ações de enfrentamento à dengue, especialmente, no Centro-Oeste e no Sudeste, regiões em que a contaminação se espalha mais rapidamente.

Ao todo, são 243 mil casos prováveis de dengue no país — mais que o dobro do número anterior apurado no painel. O DF permanece no topo da lista de incidência de casos, que é a relação do número de infectados por grupo de 100 mil habitantes. A taxa de incidência disparou na última semana de janeiro para 1.108, duas vezes mais que a taxa dos seis dias anteriores.

Diferentemente do que o painel mostrava em 25 de janeiro, Minas Gerais ocupa, agora, o segundo lugar entre os estados com maior taxa de incidência (384,9). Houve um salto abrupto no número de casos prováveis no estado, que está em 79.053 — a maior quantidade em todo o país e um aumento de 131% em relação ao período anterior. Se as suspeitas se confirmarem por meio de exames laboratoriais, Minas pode chegar ao mesmo patamar alarmante do DF. Em terceiro lugar no ranking está o Acre, com 357 casos por grupo de 100 mil habitantes e 2.964 casos prováveis da doença.

Estado de emergência

As três unidades federativas com mais casos decretaram estado de emergência em janeiro para tentar conter a explosão da doença. Algumas medidas já foram adotadas, como as tendas de atendimento e a contratação de mais servidores para trabalhar na prevenção.

A ministra da Saúde reiterou, como vem fazendo desde o início do aumento dos casos, a mensagem da importância da prevenção. Ela fez um apelo por um "Brasil unido contra a dengue". "Precisamos, neste momento, ver uma ação que não é de governo, mas da sociedade. Quero fazer um chamamento público para proteger a nossa população, prevenir, uma vez que sabemos que a maior parte dos focos se encontra nas casas", apelou Trindade. Dados do terceiro Levantamento Rápido de Índice de Infestação por Aedes aegypti (LIRAa) e do Levantamento de Índice Amostral (LIA), feitos no ano passado, apontaram que 75% dos focos de dengue estão dentro das residências.

"Lembrando sempre: a vacina não é a solução neste momento de surto de dengue. É uma vacina aplicada em dois momentos, com intervalo de três meses. Neste momento, em que há situação de emergência, é cuidar e prevenir", reforçou ela. A distribuição do imunizante Qdenga deve começar na próxima semana nos 521 municípios brasileiros selecionados pelo ministério. "A partir do momento da chegada aos municípios, eles organizam a vacinação e podem vacinar dentro daquela faixa de 10 a 14 anos", finalizou. 

 

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postado em 02/02/2024 03:55
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