O Brasil iniciou na sexta-feira (26/1) as atividades do Grupos de Trabalho (GT) de Sustentabilidade Ambiental e Climática do G20 Social. A ministra do Meio Ambiente, Marina Silva, e o embaixador André Corrêa do Lago, do Ministério de Relações Exteriores, apresentaram os eixos principais a serem debatidos ao longo das reuniões que vão até novembro deste ano.
“O Brasil já está liderando pelo exemplo, por ser um dos países que têm uma matriz energética razoavelmente limpa, está no enfrentamento do desmatamento e tem o desafio de ter uma agricultura de baixo carbono”, defendeu Marina Silva, que ainda pontuou a importância de dialogar com a sociedade brasileira "para a participação do Sul Global no G20".
Marina então comentou que quatro países em desenvolvimento "terão a oportunidade" de assumir a presidência do G20. “Se esses países resolverem fazer o dever de casa no combate à pobreza e na redução das emissões, faremos diferença para mudar os problemas sociais e a grave crise climática que o mundo enfrenta.”
"Nós vamos trabalhar justamente assegurando que as soluções, inclusive desenvolvidas em países em desenvolvimento, sejam levadas em consideração. Não podemos mais ter a ideia de que as boas ideias vêm dos países desenvolvidos e os países em desenvolvimento estão seguindo ou aprendendo", complementou o embaixador André Corrêa do Lago, do Ministério das Relações Internacionais.
As autoridades apresentaram para a sociedade civil a proposta de quatro eixos prioritários para pensar soluções frente aos desafios ambientais e climáticos em âmbito mundial:
- Adaptação preventiva e emergencial frente a eventos climáticos extremos;
- Pagamentos por serviços ecossistêmicos (remuneração e incentivos a quem preserva recursos da natureza, como solo, água e biodiversidade);
- Oceanos;
- Resíduos e economia circular (desenvolvimento econômico associado a um melhor uso de recursos naturais).
Cerca de 800 pessoas participaram da reunião virtual. Nas reuniões que ocorrerão até novembro, o GT pretende estimular e fortalecer as discussões e formulações de políticas públicas relacionadas aos temas propostos pelo grupo e que possam influenciar as decisões do G20.
O tema da sustentabilidade ambiental e climática é tratado no G20 desde 2017. Esse é um dos 15 grupos de trabalho que compõem a chamada Trilha de Sherpas do G20, que supervisiona as negociações e discutem os pontos que formam a agenda da próxima cúpula dos chefes de Estado do G20, em 18 e 19 de novembro, no Rio de Janeiro.
(Com Agência Brasil)