Em 2023, a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) aprovou uma vacina contra a dengue e o Ministério da Saúde anunciou a incorporação dela no Sistema Único de Saúde (SUS). O imunizante Qdenga, da farmacêutica japonesa Takeda, promove proteção contra os quatro sorotipos do vírus. Mas para fazer parte do calendário de vacinação do SUS, precisou passar pelo crivo da Comissão Nacional de Incorporações de Tecnologias (Conitec), que recomendou ao ministério a priorização de regiões com maior incidência e transmissão do vírus.
Além da priorização de áreas com maiores afetados pela doença, a farmacêutica sinalizou que tem uma capacidade restrita de fornecimento de doses. Logo, a vacinação contra a dengue na rede pública, será focada em públicos específicos e em regiões consideradas prioritárias.
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A Qdenga é a primeira vacina contra a dengue aprovada no Brasil para um público mais amplo, já que o imunizante aprovado anteriormente, Dengvaxia, do laboratório francês Sanofi- Pasteur, só pode ser utilizado por quem já teve dengue.
De acordo com a Sociedade Brasileira de Imunizações (SBim), a Qdenga é uma vacina tetravalente, ou seja, protege contra os quatro sorotipos do vírus, os DENV-1, DENV-2, DENV-3 e DENV-4.
O imunizante deve ser administrado em esquema de duas doses, com intervalo de três meses entre elas, independentemente de o paciente ter tido ou não dengue previamente.
De acordo com a SBim, a vacina demonstrou ser eficaz contra o DENV-1 em 69,8% dos casos; contra o DENV-2 em 95,1%; e contra o DENV-3 em 48,9%. Já a eficácia contra o DENV-4 não pôde ser avaliada à época devido ao número insuficiente de casos de dengue causados por esse sorotipo durante o estudo.
As primeiras 720 mil doses da vacina chegaram no Brasil no domingo (21/1). O Ministério da Saúde receberá ainda cerca de 600 mil doses gratuitas, totalizando 1,32 milhão. O governo ainda comprou 5,2 milhões de doses que serão gradualmente entregues até novembro.
Contraindicações
A vacina é indicada para pessoas de 4 a 60 anos. Como é uma vacina contra o vírus, o imunizante é contraindicado para gestantes e mulheres que estão amamentando, além de pessoas com imunodeficiências primárias ou adquiridas e indivíduos que tiveram reação de hipersensibilidade à dose anterior.
A SBim recomenda que quem teve a doença espere seis meses para tomar a vacina. Já quem for diagnosticado com a doença no intervalo entre as doses deve manter o esquema vacinal, desde que o prazo não seja inferior a 30 dias em relação ao início dos sintomas.
Como a vacina foi desenvolvida
Para a farmacêutica desenvolver o imunizante foram feitos 19 estudos de fases 1, 2 e 3 envolvendo mais de 28 mil pessoas. Todas as pessoas foram acompanhadas por quatro anos e meio.
Segundo a fabricante, as análises mostram que ao longo do seguimento de quatro anos e meio, a vacina evitou 84% dos casos de hospitalização de dengue e 61% dos casos de dengue sintomática.
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