Depois de 2023 apresentar efeitos meteorológicos extremos, o inverno deste ano será afetado por mais um fenômeno: o La Niña. A previsão foi realizada pela Administração Oceânica e Atmosférica Nacional dos Estados Unidos (NOAA) e diz que os primeiros sinais da niña devem começar a serem sentidos já no segundo semestre do ano.
De acordo com a agência, o El Niño, que ocasionou ondas de calor, chuvas e secas extremas em todo o país, deve durar até março, com possiblidade de se estender até abril. O fenômeno causa o aquecimento das águas do Oceano Pacífico, as quais devem começar a esfriar entre março e maio e atingir a neutralidade em junho, diz o relatório da NOAA.
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Ao contrário do El Niño, o La Niña causa o esfriamento das águas do Pacífico, explica a meteorologista do Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet) Andrea Malheiros, o que inverte os efeitos causados no país. "No El Niño, temos a diminuição das chuvas no Norte e no Nordeste do Brasil e o aumento delas no Sul do país. Já no La Niña, as chuvas aumentam no Norte e no Nordeste e diminuem no Sul", detalha a especialista ao Correio.
Efeitos
O La Niña costuma suceder o El Niño. Uma das hipóteses dos especialistas para um acontecer depois do outro é a reflexão de ondas oceânicas. O que causa o El Niño é uma alteração do vento leste, que propaga ondas com características distintas. O tempo da onda ir até a Ásia e voltar refletida para o Pacífico Leste equivale ao intervalo entre um fenômeno e outro, explica Alice Grimm, professora do Grupo de Pesquisas em Meteorologia da Universidade Federal do Paraná (UFPR).
A pesquisadora destaca que, em 2024, o La Niña deve ser percebido a partir de outubro. "Normalmente o evento começa no inverno, mas os efeitos mais fortes na América do Sul se iniciam na primavera, principalmente no meses de outubro e novembro. Nestes meses há tendência à seca no Sul do Brasil. Esta tendência é aliviada no verão, quando as chuvas tendem à normalidade nesta região, e a seca tende a ocorrer no Centro-Leste do Brasil", acentua ao Correio.
A última vez em que a La Ninã foi registrado, o fenômeno durou três anos e ocasionou baixas temperaturas na região Centro-Oeste. Durante este período, o Distrito Federal registrou o dia mais frio da história — os termômetros marcaram 1,4ºC na estação meteorológica do Gama em 19 de maio de 2022. Seu fim foi declarado somente em março de 2023.
Agricultura
Os fenômenos meteorológicos costumam preocupar produtores rurais, uma vez que alteram as características essenciais para a lavoura: umidade e temperatura. Conforme a professora Grimm, os efeitos do La Niña podem ser negativos para a produção deste ano. "Há risco de seca em época de plantio e desenvolvimento de culturas em regiões com muita atividade agrícola, como o Sul e parte do Centro-Oeste", identifica.
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