O prefeito de Campina Grande (PB), Bruno Cunha Lima (União Brasil), revogou decreto publicado na segunda-feira, 15, que vetava a realização de desfiles de blocos de rua no carnaval em alguns pontos da cidade. Ele voltou atrás depois da repercussão negativa do ato.
A proibição valia entre os dias 8 e 13 de fevereiro para as áreas centrais do município, constando uma lista de 12 bairros e uma avenida. Segundo o decreto e um Termo de Ajustamento de Conduta (TAC), firmado pelo município com o Ministério Público da Paraíba (MP-PB), estavam proibidos desfiles de blocos, de boi e escolas de samba.
O texto limitava aos pontos citados à realização exclusiva de eventos ecumênicos relacionados ao "Carnaval da Paz" — conjunto de eventos religiosos que tradicionalmente ocorrem na cidade no período de carnaval.
Sem proibição
No X (antigo Twitter), Cunha Lima disse que a "intenção nunca foi proibir as festas, mas sim garantir segurança e organização". "Não vejo problema em voltar atrás de uma decisão/solução quando se tem uma solução ainda melhor", disse. O prefeito afirmou também que os itinerários dos blocos e do evento religioso serão compatibilizados, mas não explicou como isso será feito.
O decreto também proibia as festividades perto de shoppings, hospitais, clínicas, Batalhões de Polícia, Corpo de Bombeiros Militar, cntrais de polícia, delegacias de polícia, terminais rodoviários, aeroporto, batalhões do Exército e do complexo judiciário espalhados pela cidade.
O descumprimento acarretaria multa de R$ 20 mil. Cunha Lima disse que o ato não proibia, em nenhum momento, a realização dos eventos carnavalescos na cidade. Em texto publicado pela prefeitura, há a informação de que o município tem mais de 60 bairros e "apenas três ou quatro estavam sendo destacados para os eventos religiosos".
Nas eleições municipais de 2020, Cunha Lima foi apoiado pelo ex-presidente Jair Bolsonaro na disputa pela prefeitura. Nas redes sociais, ele se intitula cristão, mas sofreu intensa campanha por conta da proibição. Inclusive, trouxeram de volta um episódio no qual a sogra de Cunha Lima foi fotografada supostamente cheirando cocaína em uma orgia.