A Polícia Federal apreendeu, ontem, armas, coletes balísticos, munições, rádios comunicadores e outros equipamentos de garimpeiros que voltaram à Terra Indígena Yanomami, em Roraima. Os agentes abriram uma nova ofensiva no rastro de criminosos que permanecem na reserva, mesmo após a série de ações realizadas pela corporação ao longo de 2023 para expulsão de invasores e destruição da infraestrutura usada pelos exploradores ilegais.
Segundo a PF, as ações de combate ao garimpo na reserva dos ianomâmis não têm data para acabar. A ofensiva é continuação da Operação Libertação, aberta no começo do ano passado para retirar os garimpeiros das comunidades indígenas.
No começo do ano passado, o governo declarou emergência sanitária de importância nacional na região — condição que permanece até hoje. O governo federal tem admitido que a situação dos ianomâmis, afetados pela fome, pela malária, pela contaminação por mercúrio e com as terras invadidas por garimpeiros ilegais, não será resolvida em pouco tempo.
20 mil expulsos
Ao longo dos últimos meses, a PF estima que expulsou mais de 20 mil exploradores irregulares. Para não serem presos, há relatos de que os garimpeiros fugiram para a Guiana e a Venezuela, além de terem se espalhado pelo Amazonas. Mas uma boa parte deles continua dentro da própria reserva, apenas atuando em locais mais remotos — uma vez que a terra dos ianomâmis equivale à área dos estados do Rio de Janeiro e Espírito Santo.
No início do mês, o Palácio do Planalto anunciou investimento de R$ 1,2 bilhão para ações no território dos indígenas este ano, com um plano de atuação permanente de órgãos federais em toda a área. O governo indicou a construção de uma unidade de saúde e de postos de segurança permanentes na capital roraimense, Boa Vista, com o objetivo de conter a atuação ilegal de garimpeiros.
Na semana passada, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva reuniu ministros e destacou que a invasão das terras dos ianomâmis será tratada como questão de Estado. Em dezembro, a Justiça Federal em Roraima atendeu ao pedido do Ministério Público Federal e ordenou a elaboração de um novo cronograma de ações contra o garimpo ilegal na reserva.
Devem participar do processo a Fundação Nacional dos Povos Indígenas (Funai), o Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio) e o Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama). Ao protocolar solicitação na Justiça, a Procuradoria narrou o retorno de garimpeiros à reserva, denunciando relatos de aliciamento e prostituição.
A previsão é de que seja aplicado, neste ano, R$ 1,2 bilhão para ações estruturantes na reserva. A PF e as Forças Armadas têm ficado permanente no local. Cerca de 27 mil indígenas vivem em comunidades espalhadas pela reserva.
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