Violência

Galerista é encontrado morto no Rio

Americano Brent Sikkema, de 75 anos, foi encontrado morto na segunda-feira, dentro de casa, no Jardim Botânico — zona sul do Rio de Janeiro. Corpo tinha perfurações de algum tipo de arma branca

Henrique Fregonasse*

O galerista americano Brent Sikkema, de 75 anos, foi encontrado morto na segunda-feira, dentro da casa da qual é dono, no Jardim Botânico, Zona Sul do Rio de Janeiro. Sócio de uma das mais renomadas galerias de arte em Nova York, a Sikkema Jenkins & Co., ele teria sido assassinado dentro do imóvel, segundo informações da Polícia Civil fluminense.

O corpo de Brent foi encontrado por sua advogada, Simone Nunes, sobre uma cama, no interior da residência, e tinha perfurações de arma branca (não definida). À polícia, ela relatou que não conseguia contato com o galerista desde o sábado. Mas ela decidiu ir à casa do marchand, da qual tinha chave, depois que ele faltou a uma reunião que tinham marcado, na manhã de segunda-feira. Foi quando o encontrou morto.

A casa de Brent é dotada de circuito interno de monitoramento (câmeras de segurança), algo que, segundo os investigadores, deve facilitar a elucidação do caso. A polícia também recolheu imagens das câmeras de segurança de imóveis vizinhos.

Paixão

Brent era um apaixonado pelo Brasil e esteve no Rio para passar as festa de fim de ano e voltaria ontem para os Estados Unidos para encontrar o marido e o filho. Simone afirmou que ele pretendia se mudar para a capital fluminense, tanto que dera entrada no processo para a obtenção de visto permanente.

A advogada afirmou que Brent "era uma pessoa maravilhosa, bondosa, generosa e defensora das questões sociais". Salientou, ainda, que o amigo e cliente "se sentia acolhido" no Brasil.

O imóvel do galerista, um sobrado na Chácara do Algodão, no Horto, foi adquirido pelo marchand há aproximadamente 10 anos e era utilizado em suas frequentes visitas ao Rio — chegavam a até três vindas à cidade por ano. O local onde mantinha casa o deixava mais perto dos ateliês de artistas brasileiros renomados, como Beatriz Milhazes e Angelo Venosa.

O galerista não era fluente em português e, por isso, tinha pouco contato com os vizinhos. Quando Brent não estava no Brasil, era Simone quem cuidava do imóvel.

A importância da galeria da qual era coproprietário em Nova York pode ser medida pelos artistas cujas obras exibia — pintores como o peruano William Córdova, a canadense Magalie Guérin e o americano Louis Fratino têm obras em exibição no espaço administrado pelo marchand. Também podem ser encontrados trabalhos do artista multimídia novaiorquino Burt Barr ou da escultora canadense Erin Schirreff.

Entre os admiradores da gestão de obras de arte que Brent fazia está a ex-primeira-dama dos EUA, Michelle Obama.

*Estagiário sob a supervisão de Fabio Grecchi

 

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