VIOLÊNCIA

Sérvio procurado pela Interpol é morto a tiros na frente da família em SP

Darko Geisler era procurado pela Interpol e vivia no Brasil com outra identidade. Polícia investiga motivação do crime

Um homem sérvio foi morto na frente da esposa e do filho, de 5 anos, na porta do prédio em que morava em Santos, no litoral de São Paulo. O crime aconteceu em 5 de janeiro. A vítima foi inicialmente identificada como Dejan Kovac, cidadão esloveno, porém investigação da Polícia Civil mostrou que o homem era na verdade Darko Geisler, suposto matador de aluguel sérvio procurado pela Interpol.

Darko e a esposa pedalavam, e ele levava o filho na cesta da bicicleta quando foi surpreendido com os disparos ao chegar na porta do prédio em que morava, no bairro Embaré, em Santos. O homem foi socorrido, mas não resistiu aos ferimentos.

A vítima vivia no Brasil desde 2014 e, de acordo com a polícia, não tinha registro de atividade profissional ou crimes cometidos no país. Quando a organização começou a investigar o caso, porém, percebeu que o passaporte de Dejan Kovac (o nome falso usado pelo homem) não tinha carimbo de entrada no Brasil. Junto ao consulado da Eslovênia, a polícia descobriu que o passaporte havia sido declarado extraviado em 2017.

As autoridades então descobriram que o passaporte era usado por Darko Geisler, cidadão esloveno nascido na Sérvia e suspeito de múltiplos homicídios em Montenegro, país da região dos Bálcãs. Além disso, o homem possuía suspeita porte de armas e de explosivos.

Com as digitais enviadas pelos oficiais de Montenegro, os policiais brasileiros conseguiram confirmar a identidade da vítima morta em Santos. Darko Geisler era procurado pela Interpol desde 2014 por fazer parte de organizações criminosas no leste europeu, contratado como matador de aluguel.

Vida no Brasil

A Polícia Civil agora investiga se Geisler estava envolvido em algum grupo criminoso no Brasil e se exercia alguma atividade profissional no país, apesar de familiares dizerem que ele não tinha nenhuma fonte de rendimentos.

Segundo o delegado Luiz Ricardo Lara Dias Junior, titular do 3º DP de Santos, o sérvio era mantido pelos familiares do leste europeu, que lhe mandavam dinheiro. "Os seus familiares remetiam dinheiro a ele mensalmente para custear as suas despesas diárias. Lembrando também que ele mantinha uma vida, ao que tudo indica, modesta no Brasil. Morava em um apartamento de classe média, não possuía veículos automotores, não tinha nenhum documento nacional, RG, CPF, carteira de habilitação, nem mesmo contas abertas em instituições financeiras", afirmou em coletiva de imprensa.

Geisler era casado com uma brasileira que conheceu entre 2015 e 2016, com quem teve um filho — não registrado pelo pai. Os dois mantinham um relacionamento estável e, apesar de a relação ser duradoura, a mulher disse aos policiais que não conhecia o passado criminoso do marido.

Investigação

A Polícia Civil está em busca da motivação do crime, ainda desconhecida. A entidade não descarta o envolvimento de organizações criminosas internacionais no assassinato, nem a hipótese de vingança, já que o homem era matador de aluguel. 

O delegado Rubens Eduardo Barazal Teixeira, da Polícia Seccional de Santos, ressaltou em coletiva de imprensa que os disparos foram realizados a sangue frio, sugerindo uma execução. "Quem teria motivação para isso, qual seria o motivo para praticar um crime com tanta frieza, com tanta barbárie? Isso precisa ser esclarecido", completou. 

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