Milhares de habitantes de São Paulo sofreram nesta quarta-feira (10) com o terceiro dia de cortes de energia por temporais e ventanias que atingem a cidade desde a segunda-feira e que se espalharam pelo estado, com um balanço de dois mortos, informaram as autoridades.
A Enel, empresa que fornece energia para São Paulo, informou, em um comunicado no final da tarde, que os cortes de energia que afetavam 0,6% ou 42.000 de seus sete milhões de clientes na cidade e em sua região metropolitana foram solucionados em 90%.
"Em muitos pontos, as quedas de árvores destruíram trechos inteiros da rede" elétrica, disse a Enel, justificando as demoras no restabelecimento do serviço, motivo pelo qual já havia sido fortemente questionada durante um apagão em novembro do ano passado.
Durante esta quarta, enquanto vigorava um alerta de tempestade do Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet), mais chuvas caíram em São Paulo, causando nova instabilidade elétrica e mais quedas de árvores, até o momento sem vítimas.
A Enel disse que reforçou suas equipes para atender os clientes "que tiveram o serviço afetado também na tarde de hoje".
Várias áreas da cidade ficaram às escuras depois que, na segunda-feira, uma tempestade com ventos de até 76km/h causou estragos, com cerca de 200 ocorrências de árvores caídas, segundo o Corpo de Bombeiros da cidade, e inundações que geraram o caos no trânsito.
Um homem morreu depois que seu veículo foi esmagado por uma árvore em Itupeva, no interior de São Paulo, confirmou a Defesa Civil.
Na terça-feira, enquanto a cidade se recuperava da tempestade e dezenas de equipes recolhiam os destroços nas ruas, outra tempestade acompanhada de um vendaval de até 96km/h voltou a atingi-la.
Um homem morreu eletrocutado em Moema, zona sul da capital, pela queda de um cabo de eletricidade, segundo o Corpo de Bombeiros, que também voltou a atender centenas de chamados por queda de árvores.
Outras quatro pessoas ficaram feridas no parque do Ibirapuera na queda de uma andaime.
Em novembro, sete pessoas morreram devido a um temporal que atingiu pelo menos 40 cidades do estado. Especialistas atribuem o desastre ao fenômeno climático El Niño, agravado pelas mudanças climáticas.