O Brasil enfrenta uma preocupante escalada nos casos de dengue em janeiro, com um aumento de 170% em comparação ao mesmo período do ano anterior, segundo o Ministério da Saúde. Os dados revelam que o Distrito Federal lidera o ranking de coeficiente de incidência, com 551,7 casos prováveis por grupo de 100 mil habitantes, seguido do Acre (212,5/100 mil) e de Minas Gerais (166,5/100 mil).
Em números absolutos de casos prováveis, Minas Gerais lidera o ranking, com 34.198 notificações. O cenário, considerado alarmante, pode levar o estado à liderança nacional de casos de dengue em relação à população. Em âmbito nacional, os números acendem o alerta para o avanço rápido da doença pelo país.
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Entre os esforços para mitigar o problema, a nova vacina contra a dengue — QDenga — é mais uma arma. Por decisão do Ministério da Saúde, a vacina será ofertada pelo Sistema Único de Saúde (SUS) em 521 municípios de 37 áreas consideradas endêmicas, a partir de fevereiro, a crianças e adolescentes, grupos que concentram o maior número de hospitalizações por dengue. Segundo o ministério, não há previsão de a QDenga ser disponibilizada para toda a população brasileira por causa da baixa capacidade de produção em larga escala do imunizante.
A infectologista Naíra Bicudo explica que a "a eficácia (da vacina) contra hospitalizações por dengue foi acima de 80% nos estudos". "A vacina diminui a morbidade e mortalidade da doença, mas as medidas de prevenção contra a proliferação do mosquito Aedes aegypti devem continuar", orienta a infectologista.
Combate ao mosquito
As altas temperaturas e as chuvas frequentes fornecem as condições ideais para a reprodução do mosquito. O infectologista Victor Bertollo alerta para o reconhecimento de sinais de alarme da doença. Os principais sinais são dor abdominal intensa, vômitos persistentes, sensação de queda na pressão e sangramento de boca ou nariz. Ele destaca que o atraso na identificação desses sinais pode aumentar o risco de complicações graves e, até mesmo, de morte.
"É fundamental estar atento aos sintomas e procurar atendimento médico imediato, especialmente na presença de sinais de alarme", ressalta o infectologista.
O diagnóstico da dengue pode ser feito por meio de testes rápidos e de reação em cadeia da polimerase (PCR), para pesquisa do material genético do vírus. Quanto ao tratamento, Bertollo enfatiza a importância da hidratação e do manejo sintomático, além de evitar o uso de anti-inflamatórios, que podem agravar a doença.
"O tratamento principal da dengue é a hidratação, seja oral ou, nos casos graves, intravenoso. É necessário o tratamento sintomático para alívio da dor, febre, náusea e vômito. Evitar o uso de anti-inflamatórios, pois esses medicamentos podem aumentar o risco de se desenvolver a forma grave da doença", alerta o infectologista.
*Estagiárias sob a supervisão de Vinicius Doria
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