O Ministério da Saúde apresentou, nesta quinta-feira (25/1), as ações de controle da dengue nos estados e municípios e as estratégias de vacinação que serão adotadas neste ano. A ministra da Saúde, Nísia Trindade, afirmou que a pasta vem acompanhando e monitorando os casos da doença desde novembro do ano passado. Segundo ela, uma série de ações foram trabalhadas para o enfrentamento da doença. A vacina contra a dengue será aplicada em crianças e adolescentes de 10 a 14 anos a partir de fevereiro.
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“Há uma grande expectativa em relação à vacina. A vacinação contra a dengue é uma novidade auspiciosa. A instituição Takeda tem um número pequeno de imunizantes disponíveis para o nosso país. Nós vamos trabalhar para que crianças e adolescentes se vacinem. Vamos estar trabalhando para que a vacina se consolide e que possamos aumentar o número de produção”, afirmou a ministra.
A pasta informou que 521 municípios brasileiros em 37 regiões de saúde irão receber a vacina. Em conjunto com representantes de estados e municípios, o Ministério da Saúde seguiu os seguintes critérios: municípios de grande porte (mais de 100 mil habitantes) que apresentam alta transmissão da dengue; maior número de casos em 2023 e 2024; predominância do sorotipo DENV2.
A vacina Qdenga foi incorporada ao Programa Nacional de Imunizações (PNI) em dezembro do ano passado. A Qdenga (TAK-003), do laboratório japonês Takeda Pharma, é aplicada em duas doses com intervalo de três meses, e pode ser usada tanto em pessoas que já tiveram a doença como nas que não tiveram. A vacina contém vírus vivos atenuados da dengue que foram enfraquecidos e induz respostas imunológicas contra os quatro sorotipos da dengue. A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) aprovou o registro do imunizante em março de 2023.
Conforme foi anunciado, o fabricante do imunizante, o laboratório japonês Takeda Pharma, tem baixa capacidade de produção e é por causa disso que o Ministério da Saúde dispõe de apenas 5 milhões de doses, o que permitiria a imunização de aproximadamente 2,5 milhões de pessoas. A vacinação será aplicada na população de regiões endêmicas em 521 municípios, a partir de fevereiro. O Ministério da Saúde informou que todo o processo foi organizado juntamente com o Conass e Conasems - órgãos representantes das Secretarias de Saúde dos estados e municípios, seguindo as recomendações da Câmara Técnica de Assessoramento em Imunizações (CTAI) e da Organização Mundial da Saúde (OMS).
A primeira remessa com cerca de 757 mil doses chegou ao Brasil no último sábado (20/1). O lote faz parte de um total de 1,32 milhão de doses fornecidas pela farmacêutica. O ministério informou que mais 568 mil doses deverão ser entregues em fevereiro. A pasta adquiriu o quantitativo total disponível pelo fabricante para este ano: 5,2 milhões de doses. Para 2025, a pasta já contratou 9 milhões de doses.
O diretor do Programa Nacional de Imunizações (PNI), Eder Gatti, afirmou que a vacina da dengue é mais uma tecnologia para combater a doença. Ele informou ainda que a previsão é de que 3,2 milhões de crianças e adolescentes serão vacinadas a partir de fevereiro de 2024.
“O Brasil é o primeiro do mundo a disponibilizar a vacina no SUS. A vacinação será aliada em conjunto com todas as estratégias no combate à dengue. Não podemos abrir mão das outras estratégias, de cuidados individuais. Estamos diante de uma capacidade limitada da vacina, 3,2 milhões de pessoas serão vacinadas a partir de fevereiro de 2024”. Gatti ainda explicou que a faixa etária de 10 a 14 anos concentra o maior número de hospitalizações por dengue. Foram 16,4 mil de janeiro de 2019 a novembro de 2023.
*Estagiária sob supervisão de Carlos Alexandre de Souza
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