O galerista americano Brent Sikkema foi assassinado na madrugada de domingo (14/1), em casa, com 18 facadas, a maioria no rosto e no tórax. As informações são da Polícia Civil do Rio de Janeiro. Um homem está preso, sob suspeita de participação no assassinato de Sikkema nesta quinta-feira (18/1). Ele estava em um posto de gasolina entre as cidades de Uberaba e Uberlândia, em Minas Gerais.
Em coletiva de imprensa, oficiais consideraram o crime premeditado e cruel. "Ele esperou o melhor momento para entrar na casa da vítima. Não arrombou a porta. Ficou 15 minutos lá. E, de acordo com o laudo cadavérico, levou 18 facadas", alegou o delegado Felipe Curi, diretor do Departamento-Geral de Homicídios e Proteção à Pessoa.
O preso, Alejandro Triana Tevez, era chileno e morava no Brasil desde 2022, quando pediu refúgio no país. Em nota, a Polícia Civil afirmou que o homem foi identificado como autor do assassinato depois da análise de câmeras de segurança. Ele vivia em São Paulo e voltou para a capital paulista depois do crime. Os oficiais ainda fazem buscas em endereços ligados ao suspeito.
Os policiais cariocas investigam que talvez houvesse uma amizade entre a vítima, Sikkema, e Alejandro. O galerista americano esteve no Brasil em julho do ano passado, enquanto o criminoso esteve no Rio de Janeiro. "Uma testemunha não descarta que eles tenham se encontrado", apontou Alexandre Herdy, delegado titular da Delegacia de Homicídios da Capital (DHC).
Alejandro foi preso temporariamente por latrocínio, que indica roubo seguido de morte. A polícia, porém, não descarta a possibilidade de existir um mandante para o assassinato.
Crime premeditado
O criminoso não arrombou a porta de Brent para entrar na casa, dizem os policiais. Ele usou uma chave mista e, além disso, deixou o ar-condicionado ligado, provavelmente para evitar que os vizinhos percebessem os efeitos da morte.
O preso levou R$ 30 mil, U$ 30 mil e um cordão de ouro, de acordo com informações fornecidas por uma amiga da vítima. O galerista havia recentemente comprado um apartamento no Leblon e mantinha dinheiro vivo em casa para mobiliar o local.
Câmeras de segurança mostram que um motorista vigiou a casa onde Brent foi morto por 14 horas, no dia anterior ao crime. Às 14h20 de sábado (13/1), o carro em questão estaciona a poucos metros da casa. Seis minutos depois, o motorista move o veículo e estaciona em outro ponto da rua. Às 14h54, o carro é estacionado em uma vaga ainda mais próxima da casa de Sikkema.
Durante a noite, às 22h42, o motorista sai do automóvel pela primeira vez e caminha pelas ruas da vizinhança, abaixando a cabeça quando percebe câmeras de segurança. Dez minutos depois, ele retorna.
O motorista sai pela segunda vez às 3h43 na madrugada de domingo (14/1). Entra na casa do galerista, fica lá por 14 minutos e depois sai, tirando um par de luvas.
A vítima
Brent Sikkema tinha 75 anos e era sócio de uma galeria renomada de arte na cidade de Nova York. Ele era casado e deixa um filho de 12 anos. Apesar de não falar português, o galerista vinha para o país para as festas de fim de ano e carnaval. De acordo com amigos, ele se sentia acolhido no Brasil.
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