A Polícia Civil do Rio de Janeiro analisa as imagens de câmeras de segurança que mostram um homem que teria invadido a casa do galerista norte-americano Brent Sikkema, encontrado morto na segunda-feira a golpes de algum objeto perfurante. O suspeito, porém, usa um boné, o que indica que sabia da existência do sistema de vigilância — teria usado a peça para tentar não ser identificado.
O homem também o levou dinheiro em espécie que havia na casa e os agentes acreditam tratar-se um crime de latrocínio — roubo seguido de assassinato. A polícia apura quanto haveria em cédulas na casa do galerista. Na terça-feira, os investigadores da Delegacia de Homicídios da Capital (DHC) recolheram imagens de 13 câmeras, de dentro e de fora do imóvel de Brent.
O corpo do marchand foi encontrado por sua advogada, Simone Nunes, sobre uma cama, no interior da residência. À polícia, ela relatou que não conseguia contato com Brent desde o sábado e decidiu ir à casa dele — da qual tinha chave —, depois que faltou a uma reunião que tinham marcado, na manhã de segunda-feira.
Brent era um apaixonado pelo Brasil e esteve no Rio para passar as festas de fim de ano — voltaria na terça-feira para os Estados Unidos, a fim de encontrar o marido e o filho. Simone afirmou que o galerista pretendia se mudar para o Rio de Janeiro, tanto que dera entrada no processo para a obtenção de visto permanente no Brasil.
A casa do galerista, um sobrado na Chácara do Algodão, no Horto, zona sul da capital fluminense, foi adquirido há aproximadamente 10 anos. Era onde Bret ficava em suas frequentes visitas ao Rio. O local onde fica a casa o deixava mais perto dos ateliês de artistas brasileiros renomados, como Beatriz Milhazes e Angelo Venosa.
Pouco contato
Ele não era fluente em português e, por isso, tinha pouco contato com os vizinhos. Quando Brent não estava no Brasil, era Simone quem cuidava do imóvel. De acordo com a advogada, o marchand "era uma pessoa maravilhosa, bondosa, generosa e defensora das questões sociais". Salientou, ainda, que o amigo e cliente "se sentia acolhido" no Brasil.
A importância da galeria da qual era coproprietário, a Sikkema Jenkins & Co., em Nova York, pode ser medida pelos artistas cujas obras exibe — pintores como o peruano William Córdova, a canadense Magalie Guérin e o americano Louis Fratino têm trabalhos em exibição no espaço. Também podem ser encontrados materiais do artista multimídia novaiorquino Burt Barr e da escultora canadense Erin Schirreff.
Entre os amigos de Brent, destaca-se a ex-primeira-dama dos EUA Michelle Obama.
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