Chuvas

Ciclone em alto-mar aumenta risco de temporais na região Sul do Brasil

Uma pessoa morreu e 10 outras ficaram feridas em Cachoeirinha (RS); Inmet emite alerta de "grande perigo" para chuvas e ventos no estado

Na madrugada desta quarta, ainda havia 36 vias com acúmulo de água em Porto Alegre, segundo dados da Empresa Pública de Transporte e Circulação (EPTC) -  (crédito: Divulgação/Prefeitura de Porto Alegre)
Na madrugada desta quarta, ainda havia 36 vias com acúmulo de água em Porto Alegre, segundo dados da Empresa Pública de Transporte e Circulação (EPTC) - (crédito: Divulgação/Prefeitura de Porto Alegre)

Um ciclone em alto-mar, previsto para sexta-feira (19/1), deve aumentar ainda mais o nível das chuvas que atingem o Rio Grande do Sul e outras cidades da região Sul do país. Na terça-feira (16/1), uma pessoa morreu e outras 10 ficaram feridas após temporal em Cachoeirinha (RS).

O Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet) publicou, na tarde desta quarta-feira (17/1), um alerta de grande perigo no Sul do país devido à previsão de novas tempestades. Classificado como “alerta vermelho” — com expectativa de chuva superior a 60 mm/h ou maior que 100 mm/dia, ventos superiores a 100 km/h, além de queda de granizo —, o aviso atinge os estados do Rio Grande do Sul e Santa Catarina e dura até o meio-dia de quinta-feira (18/1).

Segundo o Inmet, há grande risco de danos em edificações, cortes de energia elétrica, estragos em plantações, quedas de árvores, alagamentos e transtornos em rodovias.

Informações da Climatempo Meteorologia, mostram que a ação de uma área de baixa pressão atmosférica antecede a formação de um ciclone extratropical sobre o Oceano Atlântico, previsto para a próxima sexta-feira (19/1). Esses fatores devem contribuir para uma incidência ainda maior de fortes rajadas de vento ao longo da quinta, sobretudo no Litoral Norte e no Norte do estado.

O prefeito de Porto Alegre, Sebastião Melo (MDB), fez um apelo à população para a doação de motosserras — que serão utilizadas na retirada de árvores caídas e destroços — e telhas, para auxiliar nos reparos na cidade. “A vida só faz sentido se ela for comunitária!”, escreveu o prefeito, indicando o número (51) 98225-2830 para ligações acerca do tema.

“São centenas de árvores de pequeno e grande porte que precisam ser retiradas e limpas. O pedido também vale para doação de telhas de 4 a 6 milímetros para auxiliar pessoas que tiveram suas casas atingidas pelo temporal. A prefeitura irá receber os materiais no depósito do Demhab (Rua Conde D’Eu), nos fundos da sede da Avenida Princesa Isabel”, informou Sebastião Melo.

 

Chuva deixa estragos e uma vítima 

A pessoa que morreu em Cachoeirinha vivia em situação de rua e se abrigava da chuva embaixo da marquise de um supermercado, na Avenida Capitão Garibaldi Pinto dos Santos, no bairro Parque Granja Esperança, quando a estrutura cedeu e caiu sobre ela. Equipes do Corpo de Bombeiros da cidade foram alocadas para fazer a retirada do corpo e dos destroços do local.

A Defesa Civil faz o levantamento dos estragos causados e já recebeu centenas de ligações sobre quedas de árvores, alagamentos e falta de luz.

Em Porto Alegre, medições do Aeroporto Salgado Filho e da estação Inmet do bairro Jardim Botânico registraram ventos com rajadas de 89 km/h. Segundo a prefeitura da cidade, pelo menos 27 postes cederam e 150 árvores foram derrubadas, algumas atingiram carros e casas.

O alto volume de chuva provocou alagamentos em várias áreas da cidade. Na madrugada desta quarta, ainda havia 36 vias com acúmulo de água, segundo dados da Empresa Pública de Transporte e Circulação (EPTC).

De acordo com o Centro Nacional de Monitoramento e Alerta de Desastres Naturais (CEMADEN), o volume de chuvas das últimas 24h no bairro Partenon, Região Leste — que foi de 76 milímetros —, corresponde a mais da metade da quantidade prevista para todo o mês, que é de 142 milímetros.

*Estagiário sob supervisão de Pedro Grigori

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postado em 17/01/2024 19:45
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