Os quatro jovens encontrados sem vida dentro de uma BMW em Balneário Camboriú (SC) na manhã de 1º de janeiro morreram asfixiados por monóxido de carbono, segundo o resultado da perícia realizada pela Polícia Civil. Laudos comprovaram que o gás saiu pelo ar-condicionado do carro. A família de uma das vítimas disse que o carro, modelo 320I M Sport, fabricado em 2022, passou por uma customização na exaustão dos gases do motor.
Gilson Elias, pai de Gustavo — uma das vítimas —, disse não entender da parte mecânica da BMW. Mas sabe que no veículo houve a instalação de um dispositivo para aumentar o barulho que é acionado por meio de um controle e atua apenas no bocal da descarga. A informação foi reforçada por conhecidos dos jovens, que relataram que o veículo é "famoso" na cidade por ser "barulhento".
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Gustavo Pereira Silveira Elias, Tiago de Lima Ribeiro, Karla Aparecida dos Santos e Nicolas Oliveira Kovaleski eram de Paracatu, Minas Gerais, e haviam se mudado, há cerca de um mês, para Florianópolis e estavam em Balneário Camboriú para passar a virada de ano na praia catarinense.
A única sobrevivente foi uma jovem, identificada como a namorada de Gustavo, que saiu de Paracatu para se unir ao grupo em Balneário Camboriú para passar o ano-novo. Em depoimento, ela relatou que os quatro a esperavam na rodoviária da cidade para, depois, seguirem juntos para o réveillon.
Mas, segundo a jovem, ao encontrá-los, eles estavam se queixando de ânsia de vômito e tontura, e atribuíram o mal-estar a uma intoxicação alimentar. Foi quando decidiram descansar, no estacionamento da rodoviária, para melhorar. Ficaram dentro do veículo com o motor em funcionamento para manter o ar-condicionado ligado.
Ela disse em depoimento que entrou e saiu da BMW algumas vezes, esperando que todos melhorassem. Algum tempo depois, quando voltou ao veículo, percebeu que os amigos não respiravam mais e pediu pelo socorro do Corpo de Bombeiros — que ainda tentou reanimá-los, por aproximadamente 40 minutos, mas sem sucesso.
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