O Hospital Municipal Salgado Filho, no Rio de Janeiro, identificou um caso de doença raríssima, com menos de 200 relatos catalogados pela literatura médica até hoje: a divertículo gigante do cólon (DGC). Segundo a Secretaria Muncipal de Saúde, o paciente, um homem de 62 anos, foi operado e está plenamente recuperado.
A doença raríssima é uma formação inflamatória de 13 x 12 x 10cm na região abdominal. Em média, este tipo de inflamação tem entre 4cm e 9cm de diâmetro. O caso identificado no Rio de Janeiro foi apresentado no 17° Congresso Europeu Colorretal, realizado entre os dias 3 e 6 de dezembro de 2023, na cidade de St. Gallen, na Suíça.
- Por que é preciso ficar atento às doenças inflamatórias do intestino
- Doenças raras: diagnóstico e tratamento precisam de avanços na legislação
- Obstáculos, medicamentos e inclusão: a luta de pacientes com doenças raras
O caso de divertículo gigante chegou pela emergência do hospital. O paciente vinha sofrendo de dores abdominais e perda de peso há pelo menos dois meses. Um exame clínico indicou a presença de uma massa flácida, palpável e dolorosa no flanco esquerdo do abdômen. Ao ver o resultado da tomografia computadorizada, o médico cirurgião Leonardo Fiuza ficou incrédulo com o tamanho da inflamação.
“Nunca tínhamos ouvido falar em divertículo gigante. Pesquisamos e vimos que os casos eram raríssimos. Foi uma surpresa muito grande, que começou com um paciente com queixa de dor na barriga. Ficamos muito orgulhosos pelo fato de o Hospital Salgado Filho ser representado na Suíça, com um trabalho superinteressante sobre um caso tão raro”, comentou o médico.
Uma semana depois de realizar os exames clínicos, uma cirurgia de laparotomia exploradora confirmou a existência de massa inflamatória na parede abdominal e no cólon sigmoide, que fica na porção final do intestino grosso. O paciente teve uma recuperação tranquila e recebeu alta quatro dias após o procedimento médico.
De acordo com a Sociedade Brasileira de Hepatologia, o divertículo gigante do cólon afeta homens e mulheres igualmente e a faixa etária de maior incidência é entre 35 e 90 anos (média de 65 anos). "Os exames de imagem como raios-X simples de abdômen, tomografia computadorizada, ressonância magnética e enema opaco são de grande valor diagnóstico, enquanto a colonoscopia não apresenta benefício na investigação desta doença. O tratamento cirúrgico é o de escolha devido ao grande potencial de complicações que esta patologia apresenta", diz a instituição.
Saiba Mais
Gostou da matéria? Escolha como acompanhar as principais notícias do Correio:
Dê a sua opinião! O Correio tem um espaço na edição impressa para publicar a opinião dos leitores pelo e-mail sredat.df@dabr.com.br