tráfico de drogas

PF ataca quadrilha que desvia insumo químico para produção de droga

Empresa do influenciador fitness Renato Cariani estaria envolvida no esquema — ele teve a prisão pedida pelos agentes, mas Justiça negou. Cerca de 12 toneladas de produtos teriam sido servido à fabricação de cocaína e crack

A Polícia Federal (PF) deflagrou, ontem, uma operação contra uma quadrilha suspeita de desviar produtos químicos que podem ter sido usados na produção de até 19 toneladas de crack e cocaína. A investigação foi feita em conjunto com o Ministério Público de São Paulo (MP-SP) e a Receita Federal. Um dos 16 alvos da operação é o influenciador fitness Renato Cariani, que tem 7,4 milhões de seguidores em uma rede social.

Segundo a PF, foram identificadas 60 transações fraudulentas feitas pelas empresas investigadas em seis anos. Cerca de 12 toneladas de insumos, como fenacetina e manitol, teriam sido desviados para células de organizações criminosas em São Paulo, Minas Gerais e Paraná. Foram cumpridos 18 mandados de busca nesses estados.

"Sabemos que esse produto que é desviado e essa droga que é introduzida já com o 'batismo', digamos assim, é feita por meio de organizações criminosas", disse o delegado Fabrizio Galli, chefe da Delegacia de Repressão a Entorpecentes da Superintendência da PF em São Paulo.

Ele afirmou que as organizações criminosas que teriam adquirido os insumos estão sendo investigadas. Segundo a PF, as empresas movimentaram cerca de R$ 6 milhões em produtos químicos. Uma estimativa preliminar aponta que o lucro auferido pelo grupo teria sido de R$ 3,7 milhões.

No inquérito, que se estende há um ano, foram registrados ao menos 60 desvios de produtos químicos das firmas investigadas. Tudo começou com denúncias de empresas multinacionais, cujos nomes estavam sendo utilizados para a emissão de notas fiscais de produtos controlados utilizados para refino e ampliação de crack e cocaína.

A PF solicitou a prisão de alguns dos investigados — entre eles Renato Cariani —, mas a Justiça não aceitou. Sócio de uma das empresas investigadas, o influenciador afirma ter sido surpreendido com a operação e disse que não teve acesso ao conteúdo das investigações.

Segundo Cariani, a companhia foi fundada em 1981 e é controlada por sua sócia, de 71 anos. "Tem sede própria, todas as licenças, certificações nacionais e internacionais. Trabalha totalmente regulada", disse, em vídeo publicado nas redes sociais.

 

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