AEROPORTO

Pista de Congonhas tem afundamento, trava avião da Gol e impede decolagem

Em comunicação com a torre de controle, o piloto do avião com destino a Vitória disse que achava que o 'pneu tinha ficado preso em um buraco'

Um afundamento na pista de taxiamento do Aeroporto de Congonhas, na zona sul de São Paulo, impediu que um avião da Gol, com destino a Vitória, levantasse voo na tarde desta sexta-feira, 8. A aeronave se encaminhava para fazer a decolagem por volta das 17h35, quando uma das rodas traseiras ficou presa na pista.

Em comunicação com a torre de controle, o piloto do avião disse que achava que o "pneu tinha ficado preso em um buraco", e alertou: "A gente está perdendo potência aqui, e não sai do lugar". Em seguida, ele pediu à torre que alertasse a Gol para que funcionários da companhia se deslocassem à pista para ajudá-lo.

O diálogo foi captado e transmitido pelo canal Golf Oscar Romeu, no YouTube, que acompanha ao vivo as atividades de decolagem e aterrissagem em Congonhas.

A companhia aérea confirmou a ocorrência do problema. "A GOL informa que durante a movimentação da aeronave em direção a pista de decolagem do voo G3 1490, que seguiria de Congonhas (CGH) para Vitória (VIX) na tarde desta sexta-feira (08/12), o asfalto da pista de taxiamento do aeroporto paulistano apresentou um afundamento que impossibilitou a realização deste voo nesta aeronave."

Com a aeronave imóvel na pista de taxiamento, os passageiros precisaram desembarcar do avião. Uma escada foi posicionada na parte dianteira para a evacuação das pessoas, que tiveram que descer na pista de taxiamento. "Todos os clientes foram desembarcados em segurança" informou a Gol em nota.

A Aena, concessionária espanhola que administra o aeroporto de Congonhas, afirmou em nota que "uma das pistas de taxiamento sofreu uma desagregação do pavimento, impedindo a movimentação de uma aeronave da companhia aérea Gol", e informou que a equipe do aeroporto foi acionada para realizar o desembarque das pessoas que estavam no avião.

De acordo com a concessionária, as operações seguiram "sem grande impacto", uma vez que foi utilizada outra pista de taxiamento para acesso e saída da pista de pouso e decolagem principal.

Histórico recente de problemas

O afundamento da pista nesta sexta-feira é mais um na lista de problemas recentes ocorridos em Congonhas. No intervalo de seis dias, entre 29 de outubro e 3 de novembro, três situações com aviões executivos causaram interdições da pista principal do aeroporto e prejudicaram milhares de passageiros.

As intercorrências levaram a Aena a pedir à Agência Nacional de Aviação Civil (Anac) mudanças no uso do espaço, com a proposta de que as aeronaves de pequeno e médio porte da aviação geral e executiva passassem a usar apenas a pista auxiliar, para que a pista principal fique à disposição das aeronaves da aviação comercial e jatos de grande porte da aviação geral.

No dia 29 de outubro, o pneu esquerdo do trem de pouso de uma aeronave Cirrus Vision estourou no momento do pouso. A pista principal ficou interditada por 50 minutos.

Em 1.º de novembro, véspera do feriado de Finados, às 19h30, horário em que o movimento costuma ser grande nos aeroportos, um avião Piper Aircraft PA-42 que chegava de Cuiabá também teve problemas no trem de pouso e causou a interdição da pista principal por praticamente duas horas - até as 21h49. Dezenas de voos foram cancelados ou transferidos para outros aeroportos.

No dia 3 de novembro, um jato executivo modelo Cessna Citation que decolou do município paulista de Estrela DOeste-SP teve falha nos freios durante a aterrissagem, às 16h13. Os voos na pista principal só foram retomados às 17h30.

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