O médico Carlos Eduardo Malzoni, responsável pelo emagrecimento de pacientes famosos, foi condenado pela segunda vez pela Justiça do Distrito Federal a pagar indenização a um paciente por conta de uma cirurgia bariátrica mal sucedida, realizada em 2016. A primeira condenação foi de R$ 164 mil em fevereiro de 2022. Agora, em nova decisão após recursos analisados em segunda instância, o valor aumentou para R$ 184 mil.
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O voto da desembargadora Ana Maria Ferreira da Silva foi para subir de R$ 20 mil para R$ 40 mil a indenização por danos morais devidos por Malzoni ao paciente, que é advogado. Ainda será necessário atualizar a quantia considerando os sete anos desde o procedimento. Após a condenação em primeira instância, o total a ser pago era avaliado em mais de R$ 300 mil.
Ao Judiciário, o paciente alegou que a bariátrica não teve o resultado esperado, já que ele desenvolveu quadros de trombose e ascite (acúmulo de líquidos no abdômen), além de aparência magra e desnutrida. Houve questionamento quanto ao uso da técnica chamada Santoro, que é considerada experimental e, por isso, deveria ter sido comunicada ao paciente antes de realizada.
O médico recorreu, mas não convenceu os magistrados de que teria agido com a correção necessária perante o paciente. Ele tentava anular a condenação, afirmando que não teve o adequado direito à defesa, que não houve falha no procedimento. A defesa do cirurgião rechaçou a tese de falha técnica durante o procedimento e argumentou que o paciente se tornou vítima de um “evento adverso raro”, “independentemente de qualquer erro ou falha durante a operação”.