Em um grupo de WhatsApp, moradores de Copacabana, na Zona Sul do Rio de Janeiro, que vêm organizando uma espécie de organização 'justiceira' para atacar criminosos na região compartilharam, após supostamente cometerem as agressões, fotos de mãos ensanguentadas e com soco-inglês.
Nas trocas de mensagens, divulgadas pelo portal g1, é possível ver o teor agressivo da milícia, que afirma que, se caso algum daqueles que consideram criminosos forem alcançados, vão submetê-los a sessões de espancamento e tortura. No Instagram, os justiceiros estão postando imagens de suspeitos, inclusive com seus números de CPF.
Em nota, a Polícia Civil do Rio informou que 12ª DP (Copacabana) investiga o grupo de "justiceiros". De acordo com os policiais, algumas pessoas foram identificadas e agentes começaram a intimá-los para prestar esclarecimentos. "As diligências continuam para identificar outros envolvidos", informou a corporação.
Entenda o caso
Na noite de sábado (2/12), um empresário idoso foi agredido com socos e chutes na Avenida Nossa Senhora de Copacabana, uma das principais do bairro, após tentar ajudar uma mulher que estava sendo assaltada. Imagens de câmeras de monitoramento mostram mais de 10 suspeitos envolvidos na ação. O empresário chegou a desmaiar com os golpes e precisou ser levado a uma UPA da região.
A ação dos criminosos provocou uma onda de revolta e levou algumas pessoas a sugerir mais violência para combater os furtos e assaltos. Um perfil no Instagram está postando imagens de suspeitos, inclusive com seus números de CPF. Algumas das fotos são de menores de idade que, segundo a página, já cumpriram medidas socioeducativas pela prática de delitos.
Na tarde de quarta (6/12), a Secretaria de Segurança Pública do Rio de Janeiro (SSP-RJ) anunciou que o homem que agrediu o idoso foi identificado. O suspeito, que não teve nome divulgado, já tinha nove passagens pela polícia entre roubo, furto e tráfico de drogas e já foi preso duas vezes. Outros suspeitos do ataque ainda estão sendo procurados.
A corporação ainda ressalta que "investiga as ações de grupos criminosos na região, sejam furtadores, roubadores ou agressores, e todas as ocorrências comunicadas são apuradas. A instituição monitora redes sociais e realiza diligências para identificar os envolvidos. A Polícia Civil atua de maneira integrada com as demais forças de segurança estaduais a fim de coibir essas práticas e responsabilizar criminalmente os autores".
* Estagiária sob supervisão de Roberto Fonseca
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