Um projeto do Rio Grande do Sul foi apresentado ao Fundo Verde para o Clima (GCF, na sigla em inglês) durante a Conferência do Clima (COP28) nesta semana. A proposta tenta financiamento de pesquisas e atividades de redução da emissão de gases do efeito estufa (GEE) nas lavouras de arroz do Sul do Brasil.
O objetivo da pesquisa apresentada é aplicar os recursos captados no desenvolvimento e transferências de práticas que reduzam a emissão de gases do efeito estufa no sistema de produção agrícola de arroz, tornando a produção da Metade Sul do Estado (região do RS) mais resiliente às mudanças climáticas.
A pesquisa foi idealizada pela Secretaria da Agricultura, Pecuária, Produção Sustentável e Irrigação (Seapi) do Rio Grande do Sul e pelo Instituto Rio Grandense do Arroz (Irga), em associação com o Instituto Interamericano de Cooperação para Agricultura (IICA). Já a Nota Conceitual do Arroz, documento que embasa o pedido de recursos, foi elaborada pelo Irga e pelo IICA, com anuência do Ministério da Agricultura e Pecuária (Mapa), com um investimento de US$ 30 milhões do GCF e US$ 20 milhões do IRGA.
Cristina Costa, coordenadora técnica da Representação do IICA no Brasil, explica que um dos objetivos do projeto é contribuir com a redução dos gases do efeito estufa, o que ajudaria o Brasil a cumprir as metas discutidas na COP 28.
"O projeto representa um conjunto de praticas agrícolas que podem promover a extensão cultural e assistência tecnológica para produtores e, quando adotadas, elas podem ajudar a reduzir as emissões e consumir menos água", contou ao Correio.
Impactos do projeto
Segundo Cristina, o projeto terá impacto direto em 6.639 beneficiários e indireto em 37 mil pessoas, além de uma projeção de redução de 3,4 toneladas anuais de CO2, o equivalente por hectare de arroz semeado em rotação com a cultura da soja.
Além disso, um dos objetivos é conseguir transformar pesquisa em prática para o trabalho dos produtores e melhora no meio ambiente.
Se aprovado, os recursos serão empregados na extensão rural e assistência técnica de produtores do sistema de produção de terras baixas, para adoção de práticas que reduzam a emissão de GEE e melhorem a eficiência do uso da água. Além disso, também serão utilizados para o financiamento de projetos de irrigação, drenagem e equipamentos para a melhoria da gestão das áreas de produção.
Cristina relembra ainda que o Brasil se comprometeu a reduzir em 30% as emissões de metano no país até 2030, segundo o Acordo de Paris, e avalia que o projeto pode ajudar o país a cumprir a meta.
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