Morreu, neste domingo (3/12), o líder quilombola Antônio Bispo dos Santos, conhecido como Nego Bispo. Ele nasceu no Vale do Rio Berlengas, Piauí, e morreu dias antes de completar 64 anos. A causa da morte não foi divulgada.
Nascido em 1959, o militante se formou pelos ensinamentos de mestras e mestres de ofício do quilombo Saco-Curtume. Filósofo, foi autor de artigos, poemas e dos livros “Quilombos, modos e significados”, publicado em 2007, e “Colonização, Quilombos: modos e significados”, lançado em 2015.
Bispo atuou como liderança quilombola na Coordenação Estadual das Comunidades Quilombolas do Piauí (CECOQ/PI) e na Coordenação Nacional de Articulação das Comunidades Negras Rurais Quilombolas (CONAQ).
Diversas lideranças negras lamentaram a perda. Como a ministra da Igualdade Racial, Anielle Franco, que se manifestou, em suas redes sociais, desejando força aos familiares. “Um dos maiores pensadores da nossa época ancestralizou. Nego Bispo fez a passagem e deixou aqui um legado enorme para o pensamento negro brasileiro. Um abraço a toda sua família e amigos.”
“Sua passagem é uma perda irreparável para a luta negra e contracolonial. Seu legado continuará vivo e sua voz jamais se calará! Vá em paz!”, escreveu a deputada federal Dandara Tonantzin (PT-MG).
O pastor e deputado federal Henrique Vieira (Psol-RJ) também se pronunciou. “Perdemos um dos maiores pensadores da nossa época. Nego Bispo fez a passagem e deixou aqui um legado enorme para o pensamento negro brasileiro. Um fraterno abraço a toda sua família e amigos.”
A Conaq também publicou nota na internet. “Sua contribuição inestimável para a compreensão e preservação da cultura e identidade quilombola será lembrada e reverenciada por gerações. Neste momento de perda, expressamos nossas condolências à família, amigos e admiradores, e reafirmamos a importância de honrar seu legado e perpetuar suas ideias. Que sua memória inspire e ilumine o caminho daqueles que seguem a luta pela valorização e reconhecimento das comunidades quilombolas.”
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