INVESTIGAÇÃO

PF apura crimes na exploração de sal-gema em Maceió

Em operação, 60 policias federais cumprem 14 mandados judiciais de busca e apreensão, dos quais 11 são em Maceió, dois no Rio de Janeiro e um em Aracaju

O bairros atingidos pela exploração tornaram-se inabitáveis, tendo em vista os riscos de desmoronamento de casas, ruas e fechamento do comércio -  (crédito: UFAL/Divulgação)
O bairros atingidos pela exploração tornaram-se inabitáveis, tendo em vista os riscos de desmoronamento de casas, ruas e fechamento do comércio - (crédito: UFAL/Divulgação)
postado em 21/12/2023 08:35

A Polícia Federal deflagrou, na manhã desta quinta-feira (21/12), uma operação que visa apurar os crimes cometidos durante a exploração de sal-gema em Maceió. As atividades de mineração na capital alagoana ocorreram de 1976 a 2019 e geraram instabilidade no solo dos bairros de Pinheiro, Mutange, Bebedouro e adjacências. A área tornou-se inabitável, tendo em vista os riscos de desmoronamento de casas, ruas e fechamento do comércio. Mais de 60 mil pessoas tiveram que deixar os locais atingidos.

Na denominada operação Lágrimas de Sal, em referência ao sofrimento causado à população pela atividade de exploração de sal-gema, 60 policias federais cumprem 14 mandados judiciais de busca e apreensão, dos quais 11 são em Maceió, dois no Rio de Janeiro e um em Aracaju. Os investigados poderão responder pelos crimes de poluição qualificada, usurpação de recursos da União, apresentação de estudos ambientais falsos ou enganosos, inclusive por omissão, entre outros delitos.

As investigações apontaram indícios de que as atividades de mineração desenvolvidas em Maceió não seguiram os parâmetros de segurança previstos na literatura científica e nos respectivos planos de lavra, que visavam garantir a estabilidade das minas e a segurança da população que residia na superfície.

"Além disso, foram identificados indícios de apresentação de dados falsos e omissão de informações relevantes aos órgãos públicos responsáveis pela fiscalização da atividade, permitindo assim a continuidade dos trabalhos, mesmo quando já presentes problemas de estabilidade das cavidades de sal e sinais de subsidência do solo acima das minas", informa a Polícia Federal.

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