O Ministério da Justiça e Segurança Pública (MJSP) lançou, ontem, o aplicativo Celular Seguro, cujo objetivo é combater os roubos e furtos de aparelhos. Pelo app, a vítima poderá bloquear, com poucos cliques, o telefone, a linha e os programas bancários.
O site para baixar o aplicativo está no ar e as versões para Android e iPhone (iOS) começam a funcionar a partir de hoje. O prazo de bloqueio das operadoras vai até um dia útil e, no caso dos bancos, pode levar até meia hora.
Pesquisa realizada pelo Centro de Tecnologia de Informação Aplicada da Fundação Getulio Vargas (FGVcia), divulgada em maio, mostra que o Brasil tem uma média de 2,2 dispositivos digitais por habitante. Além disso, são cerca de 249 milhões de celulares inteligentes em uso no país — número maior do que a população de 214,3 milhões de pessoas, de acordo com levantamento do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatísticas (IBGE) de 2021.
Compromisso
Segundo o secretário-executivo do MJSP, Ricardo Cappelli, as operadoras de telefonia se comprometeram a bloquear as linhas a partir de, no máximo, 9 de fevereiro — quando cai a sexta-feira que precede o Carnaval, época em que aumentam vertiginosamente os roubos e furtos de celulares. Isso porque o bloqueio da linha telefônica, por meio do chip, estará disponível no aplicativo só a partir desta data. Até lá, o usuário continuará bloqueando a linha entrando em contato com a operadora de telefonia.
Para Cappelli, o Celular Seguro funciona como uma espécie de "botão de emergência para que a pessoa, rapidamente, aperte e possa reorganizar a sua vida com mais calma, sem ter a preocupação de ter de fazer 300 ligações para bloquear uma série de canais que a exponham a golpes". O funcionamento terá o apoio técnico da Federação Brasileira de Bancos (Febraban) — que atuará para inutilizar os aplicativos bancários da vítima — e da Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel) — que impedirá o funcionamento do código IMEI (número único de identificação) do telefone.
"No momento em que o aparelho roubado é bloqueado de forma rápida, se transforma em um pedaço de inútil de metal. Acreditamos que isso reduzirá em muito a atratividade do roubos e do furto. Também cremos que vai reduzir muito aquilo que estimula os delitos, que é a receptação", observou. O telefone, porém, não ficará completamente inutilizado, uma vez que, para isso, seria necessário que o sistema operacional também fosse bloqueado — essa opção não consta do Celular Seguro.
Roubos e furtos
Cappelli disse que o Brasil contabiliza aproximadamente de 1 milhão de roubos e furtos de celular anualmente — número que considera subestimado, pois considera que há uma grande subnotificação de casos.
"Se fecha um primeiro ciclo, mas quem trabalha com segurança sabe que é um trabalho que não termina nunca. Vai fechando uma porta e os criminosos vão abrindo outras. Não tem bala de prata. É um serviço contínuo", frisou, acrescentando que a ferramenta será melhorada gradativamente.
No lançamento do Celular Seguro, foram assinados memorandos de colaboração com Banco do Brasil, Caixa Econômica Federal, Bradesco, Santander, Itaú, Banco Inter, Sicoob, XP Investimentos, Banco Safra, Banco Pan, BTG Pactual e Sicredi. Também foi firmado um protocolo de intenções com Google, Uber, 99, Zetta, Associação Brasileira da Indústria Elétrica e Eletrônica (Abinee). A Conexis Brasil Digital além das principais operadoras de telefonia — Claro, Vivo e TIM — também colaborarão com o Celular Seguro.
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